Dor Vulvovaginal
- EmergenciasUNO
- 20 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A dor vulvovaginal é uma condição que afeta significativamente a qualidade de vida das mulheres e representa um desafio diagnóstico e terapêutico na prática ginecológica. Este artigo aborda os aspetos chave desta patologia, incluindo manifestações clínicas, métodos diagnósticos e abordagem em contexto de urgência.
Sintomas
A dor vulvovaginal caracteriza-se por uma variedade de manifestações clínicas que podem ocorrer isoladamente ou em combinação:
Ardor ou sensação de queimadura vulvar[2][4]
Prurido intenso[6]
Dispareunia superficial[4][6]
Disúria vulvar[6]
Sensação de secura vaginal[6]
Dor pélvica baixa[3]
É importante destacar que estes sintomas podem ser crónicos, com duração igual ou superior a três meses, e frequentemente associam-se a disfunção emocional e funcional significativa[2].
Sinais clínicos
A exploração física pode revelar diversos achados, embora a ausência de sinais visíveis não exclua dor vulvovaginal. Os sinais clínicos mais comuns incluem:
Eritema da mucosa vaginal e vulvar[6][7]
Edema vulvar, especialmente dos pequenos lábios e clitóris[7]
Corrimento vaginal anormal[3][6]
Lesões eritemato-escamosas que se podem estender às regiões perineal e inguinal[7]
Escoriações e fissuras provocadas pelo prurido e rascagem[7]
Fenómenos de liquenificação, particularmente nos grandes lábios[7]
Exame físico
A avaliação clínica é essencial para o diagnóstico e deve ser minuciosa:
Inspeção visual da vulva, procurando eritema, edema, fissuras e ulcerações[5]
Utilização de cotonete para localizar zonas de hipersensibilidade (teste do cotonete)[4]
Exame com espéculo para observar paredes vaginais e fundo vaginal[5]
Determinação do pH vaginal[5]
Realização do teste das aminas[5]
Exames diagnósticos
O diagnóstico baseia-se numa combinação de anamnese, exame físico e testes complementares:
Observação microscópica de esfregaço de exsudado vaginal com hidróxido de potássio (KOH)[5]
Culturas vaginais para fungos, bactérias e vírus do herpes[5]
Biópsia em caso de alterações tróficas ou úlceras persistentes[5]
Teste de gravidez para excluir gravidez ectópica[1]
Laparoscopia em casos de diagnóstico incerto[1]
Tratamento de emergência
A abordagem em serviço de urgência deve ser integral e centrada no alívio dos sintomas agudos:
Realização de anamnese detalhada e exame físico completo[5]
Colheita de amostras para culturas e análise microscópica[5]
Início de tratamento sintomático com analgésicos e anti-inflamatórios conforme necessário
Em caso de suspeita de infeção, considerar antibioterapia empírica[1][3]
Fornecer orientações sobre higiene e cuidados locais, como uso de compressas frias e evitar substâncias irritantes[4]
Em casos de vulvodínia severa, considerar anestésicos tópicos[4]
Encaminhamento para seguimento ginecológico especializado[3]
É essencial lembrar que a dor vulvovaginal pode refletir múltiplas patologias, desde infeções a condições crónicas como a vulvodínia.
Por isso, um diagnóstico sistemático e um tratamento individualizado são fundamentais para oferecer cuidados adequados e melhorar a qualidade de vida das pacientes.
Citações
[4] https://www.elsevier.es/es-revista-progresos-obstetricia-ginecologia-151-articulo-vuldodinia-13009592
[5] https://www.actasdermo.org/es-vulvovaginitis-repeticion-valoracion-diagnostica-manejo-articulo-S0001731008746556
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