Dor Cervical Não Traumática
- EmergenciasUNO

- 18 de jul.
- 2 min de leitura
MANUAL DE URGÊNCIAS MENORES
A dor cervical não traumática é uma condição frequente que pode ter origem em diversos fatores, tais como má postura, sobrecarga muscular, stress, doenças degenerativas (como a osteoartrose), contraturas musculares, hérnia discal, infeções ou patologias inflamatórias.
Frequentemente, a dor apresenta-se de forma crónica ou subaguda e pode estar associada a profissões sedentárias, uso excessivo de dispositivos electrónicos ou posições inadequadas durante o sono.
Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se na história clínica, incluindo a duração da dor, fatores agravantes (como longos períodos frente ao computador) e a caracterização da dor — se é localizada ou irradia para outras regiões, como ombros ou membros superiores. O exame físico inclui a avaliação da amplitude de movimentos cervicais, presença de espasmos ou rigidez muscular e palpação de pontos dolorosos.
Se a dor persistir ou estiver associada a sinais neurológicos como fraqueza ou parestesias nos braços, devem ser solicitados exames de imagem (radiografia, ressonância magnética) para excluir patologias como hérnia discal ou espondilose cervical.
Diagnóstico Diferencial
Patologia | Características |
Espondilose cervical | Dor crónica, rigidez e limitação da mobilidade cervical, agravamento com a idade |
Hérnia discal cervical | Dor irradiada para o braço, podendo haver fraqueza ou formigueiros |
Torcicolo agudo | Espasmo muscular intenso, dor e limitação acentuada dos movimentos cervicais |
Miosite | Dor muscular associada a inflamação ou infeções virais |
Fibromialgia | Dor generalizada, sensibilidade em múltiplos pontos e fadiga |
Abordagem em Contexto de Urgência
No serviço de urgência, o tratamento da dor cervical não traumática visa o alívio sintomático. São administrados analgésicos e anti-inflamatórios não esteróides (AINEs), podendo associar-se relaxantes musculares em caso de espasmos. A aplicação local de calor pode auxiliar no relaxamento da musculatura tensa.
Em determinadas situações, recomenda-se o início precoce de exercícios ligeiros de alongamento e mobilização cervical, evitando a imobilização prolongada. A presença de sinais de compressão nervosa ou sintomas neurológicos implica avaliação complementar com exames de imagem.
Tratamento Definitivo
A abordagem a longo prazo inclui a correção postural e ergonómica, particularmente em indivíduos com profissões sedentárias ou hábitos posturais incorretos. A fisioterapia é fundamental para melhorar a flexibilidade, fortalecer a musculatura cervical e promover técnicas de alongamento.
Nos casos relacionados com tensão muscular ou stress, podem ser benéficas terapias de relaxamento, como massagens e exercícios de respiração. Quando a dor está associada a hérnia discal ou espondilose, poderá ser necessário tratamento médico específico ou, em situações mais graves, intervenção cirúrgica.
A prevenção desempenha um papel essencial, sendo recomendadas medidas como evitar posturas inadequadas e realizar pausas ativas durante o trabalho.

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