Doença Trofoblástica Gestacional (DTG)
- EmergenciasUNO

- 23 de jun.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A Doença Trofoblástica Gestacional (DTG) engloba um conjunto de distúrbios relacionados com a gravidez, caracterizados por proliferação anómala do tecido trofoblástico. Esta condição abrange desde lesões benignas, como a mola hidatiforme, até neoplasias malignas, como o coriocarcinoma[1][2].
Sintomas
Os sintomas da DTG podem variar, incluindo:
Hemorragia vaginal anómala durante o primeiro trimestre da gravidez[2][5]
Náuseas e vómitos intensos, frequentemente mais severos do que numa gravidez normal[2][5]
Dor ou sensação de pressão pélvica[5]
Eliminação de tecido com aspeto de “bagos de uva” pela vagina[2]
Sintomas de hipertiroidismo, como intolerância ao calor, taquicardia e perda inexplicável de peso[2]
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos mais relevantes incluem:
Crescimento uterino acelerado ou desproporcional à idade gestacional[2][5]
Níveis anormalmente elevados de gonadotrofina coriónica humana (hCG)[1][4]
Pré-eclâmpsia de início precoce (antes das 20 semanas)[2][5]
Quistos tecaluteínicos nos ovários[2]
Sinais clínicos de hipertiroidismo[2]
Exploração
Durante a exploração física, podem ser observados:
Aumento do tamanho uterino em relação à idade gestacional[5]
Ausência de batimentos cardíacos fetais[5]
Hemorragia vaginal ativa[5]
Sinais de hipertiroidismo como taquicardia ou tremor fino[2]
Sinais de pré-eclâmpsia como hipertensão arterial e edema[2][5]
Exames Diagnósticos
O diagnóstico baseia-se numa combinação de dados clínicos e exames complementares:
Dosagem quantitativa de hCG sérico: níveis muito elevados sugerem DTG[1][4]
Ecografia pélvica: imagem característica em “tempestade de neve” na mola hidatiforme[2][5]
Radiografia torácica: para despiste de metástases pulmonares[2]
TAC ou ressonância magnética: em caso de suspeita de doença metastática[2]
Estudo histopatológico do tecido removido após evacuação uterina: confirma o diagnóstico e classifica o tipo de DTG[1][4]
Abordagem em Situações de Emergência
A gestão de emergência da DTG requer uma abordagem multidisciplinar:
Estabilização hemodinâmica: controlo da hemorragia e reposição volémica, se necessário[3]
Avaliação rápida: exames laboratoriais (hCG, hemograma, coagulação) e ecografia pélvica[3][5]
Tratamento do hipertiroidismo: se presente, administrar betabloqueadores antes da evacuação uterina para prevenir crise tirotoxica[2][8]
Evacuação uterina: geralmente por aspiração a vácuo; evitar administração de ocitocina até conclusão da evacuação[3][8]
Monitorização pós-evacuação: seguimento seriado dos níveis de hCG para detetar doença persistente ou recidivante[4][8]
Quimioprofilaxia: considerar em doentes de alto risco para prevenir progressão para neoplasia trofoblástica gestacional[8]
A DTG representa um espectro de patologias que exige elevado índice de suspeição, diagnóstico precoce e tratamento adequado. O seguimento a longo prazo é essencial para detetar e tratar eventuais recidivas ou transformação maligna.
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