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Doença Trofoblástica Gestacional (DTG)

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A Doença Trofoblástica Gestacional (DTG) engloba um conjunto de distúrbios relacionados com a gravidez, caracterizados por proliferação anómala do tecido trofoblástico. Esta condição abrange desde lesões benignas, como a mola hidatiforme, até neoplasias malignas, como o coriocarcinoma[1][2].


Sintomas


Os sintomas da DTG podem variar, incluindo:


  • Hemorragia vaginal anómala durante o primeiro trimestre da gravidez[2][5]


  • Náuseas e vómitos intensos, frequentemente mais severos do que numa gravidez normal[2][5]


  • Dor ou sensação de pressão pélvica[5]


  • Eliminação de tecido com aspeto de “bagos de uva” pela vagina[2]


  • Sintomas de hipertiroidismo, como intolerância ao calor, taquicardia e perda inexplicável de peso[2]


Sinais Clínicos


Os sinais clínicos mais relevantes incluem:


  • Crescimento uterino acelerado ou desproporcional à idade gestacional[2][5]


  • Níveis anormalmente elevados de gonadotrofina coriónica humana (hCG)[1][4]


  • Pré-eclâmpsia de início precoce (antes das 20 semanas)[2][5]


  • Quistos tecaluteínicos nos ovários[2]


  • Sinais clínicos de hipertiroidismo[2]


Exploração


Durante a exploração física, podem ser observados:


  • Aumento do tamanho uterino em relação à idade gestacional[5]


  • Ausência de batimentos cardíacos fetais[5]


  • Hemorragia vaginal ativa[5]


  • Sinais de hipertiroidismo como taquicardia ou tremor fino[2]


  • Sinais de pré-eclâmpsia como hipertensão arterial e edema[2][5]


Exames Diagnósticos


O diagnóstico baseia-se numa combinação de dados clínicos e exames complementares:


  • Dosagem quantitativa de hCG sérico: níveis muito elevados sugerem DTG[1][4]


  • Ecografia pélvica: imagem característica em “tempestade de neve” na mola hidatiforme[2][5]


  • Radiografia torácica: para despiste de metástases pulmonares[2]


  • TAC ou ressonância magnética: em caso de suspeita de doença metastática[2]


  • Estudo histopatológico do tecido removido após evacuação uterina: confirma o diagnóstico e classifica o tipo de DTG[1][4]


Abordagem em Situações de Emergência


A gestão de emergência da DTG requer uma abordagem multidisciplinar:


  • Estabilização hemodinâmica: controlo da hemorragia e reposição volémica, se necessário[3]


  • Avaliação rápida: exames laboratoriais (hCG, hemograma, coagulação) e ecografia pélvica[3][5]


  • Tratamento do hipertiroidismo: se presente, administrar betabloqueadores antes da evacuação uterina para prevenir crise tirotoxica[2][8]


  • Evacuação uterina: geralmente por aspiração a vácuo; evitar administração de ocitocina até conclusão da evacuação[3][8]


  • Monitorização pós-evacuação: seguimento seriado dos níveis de hCG para detetar doença persistente ou recidivante[4][8]


  • Quimioprofilaxia: considerar em doentes de alto risco para prevenir progressão para neoplasia trofoblástica gestacional[8]


A DTG representa um espectro de patologias que exige elevado índice de suspeição, diagnóstico precoce e tratamento adequado. O seguimento a longo prazo é essencial para detetar e tratar eventuais recidivas ou transformação maligna.


Citações


 
 
 

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