Doente Inconsciente
- EmergenciasUNO
- 19 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A perda de consciência é uma emergência médica que exige avaliação e intervenção imediata. Este artigo aborda os aspetos essenciais do doente inconsciente, incluindo sintomas, sinais clínicos, exame, exames complementares e abordagem em urgência.
Sintomas
Os sintomas que antecedem a perda de consciência podem variar conforme a causa subjacente. Alguns sinais comuns incluem:
Confusão ou desorientação repentinas
Tonturas
Cefaleia intensa
Alterações visuais
Fraqueza generalizada
Náuseas ou vómitos
É importante notar que, em muitos casos, a perda de consciência pode ocorrer sem sintomas prévios evidentes[1].
Sinais Clínicos
Os sinais observados num doente inconsciente incluem:
Ausência de resposta a estímulos verbais ou físicos
Olhos fechados sem reação à luz
Padrão respiratório anómalo (superficial, irregular ou ausente)
Alterações no pulso e pressão arterial
Incontinência
Flacidez muscular generalizada
Eventuais convulsões ou movimentos anormais[1][3]
Exame Clínico
O exame do doente inconsciente deve ser sistemático e célere:
Avaliação do nível de consciência através da Escala de Coma de Glasgow (ECG).
Verificação da permeabilidade das vias aéreas.
Avaliação da respiração.
Monitorização de sinais vitais: frequência cardíaca, pressão arterial, temperatura e saturação de oxigénio.
Exame pupilar: tamanho, simetria e reação à luz.
Avaliação dos reflexos do tronco cerebral.
Exame motor: resposta a estímulos dolorosos e tónico muscular.
Pesquisa de sinais de traumatismo, especialmente em cabeça e pescoço[1][2].
Exames Complementares
Estes testes são essenciais para identificar a causa da perda de consciência:
Análises sanguíneas: hemograma completo, eletrólitos, glicémia, função renal e hepática, teste toxicológico.
Gasometria arterial.
Electrocardiograma (ECG).
Tomografia computorizada (TC) cerebral.
Ressonância magnética (RM) cerebral em casos específicos.
Electroencefalograma (EEG) para excluir atividade epiléptica.
Punção lombar se houver suspeita de infeção do sistema nervoso central[1][5].
Abordagem em Emergência
O tratamento inicial do doente inconsciente segue o protocolo ABC:
Airway (Via aérea): Garantir via aérea permeável.
Breathing (Respiração): Avaliar e garantir ventilação adequada.
Circulation (Circulação): Verificar pulso, controlar hemorragias.
Intervenções específicas:
Colocar o doente em posição lateral de segurança, salvo suspeita de lesão cervical.
Administrar oxigénio suplementar.
Estabelecer acesso venoso.
Monitorização contínua de sinais vitais.
Medir glicémia capilar e administrar glicose se necessário.
Considerar a administração de naloxona em caso de suspeita de overdose de opiáceos.
Proteger de lesões secundárias.
Iniciar suporte básico de vida, se indicado[1][3][4].
É fundamental obter uma história clínica detalhada, incluindo o contexto da perda de consciência, antecedentes médicos e medicação habitual[5].
O tratamento definitivo dependerá da causa subjacente — que pode variar desde distúrbios metabólicos a lesões cerebrais graves. A identificação e intervenção precoces são cruciais para melhorar o prognóstico do doente[1][2].
A abordagem ao doente inconsciente exige uma avaliação sistemática e intervenção imediata. A colaboração multidisciplinar e utilização de protocolos padronizados são essenciais para otimizar os resultados nestas situações críticas.
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