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Doença Ulcerosa Péptica

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A doença ulcerosa péptica é uma patologia frequente do trato gastrointestinal, caracterizada pela formação de úlceras no revestimento do estômago ou na parte superior do intestino delgado. Apesar de a sua incidência ter diminuído nos últimos anos, continua a ser uma causa importante de morbilidade e mortalidade, associada a um elevado custo para os sistemas de saúde[2].


Sintomas


Os sintomas da doença ulcerosa péptica podem variar entre doentes, sendo os mais comuns:


  • Epigastralgia: Dor aguda, com sensação de ardor ou em pontada na parte superior do abdómen, geralmente após as refeições ou durante a noite[1].


  • Dispepsia: Frequentemente característica, conhecida como “dispepsia ulcerosa”[2].


  • Perda de apetite e perda de peso[1].


  • Náuseas e vómitos[1].


  • Arrotos e sensação de desconforto abdominal[1].


É importante salientar que alguns doentes, especialmente os idosos, podem permanecer assintomáticos[9].


Sinais Clínicos


Os sinais clínicos da doença ulcerosa péptica podem incluir:


  • Fezes escuras (melena) ou presença de sangue nas fezes[1][7].


  • Vómitos com sangue, que podem ser vermelho vivo ou com aspeto de “borra de café”[7].


  • Anemia, devido a hemorragia crónica[1].


  • Sensação de tontura ou desmaio, particularmente em casos de hemorragia aguda[7].


Exame Físico


Durante o exame físico, o médico pode:


  • Palpar o abdómen para verificar dor ou sensibilidade[3].


  • Auscultar os sons abdominais com um estetoscópio[3].


  • Realizar palpação abdominal para identificar pontos dolorosos ou sensíveis[3].


Exames Diagnósticos


Os principais exames para diagnóstico da doença ulcerosa péptica incluem:


  • Endoscopia digestiva alta (EDA): É o exame de eleição. Permite a visualização direta das úlceras, realização de biópsias e tratamentos se necessário[2][3][5].


  • Testes para deteção de Helicobacter pylori:


    • Teste do hálito com ureia[3].


    • Análises sanguíneas[3].


    • Teste de antigénio nas fezes[3].


  • Análises de sangue: Para deteção de anemia e outros marcadores inflamatórios[1][3].


  • Estudo do trânsito gastrointestinal superior: Utiliza raio-X com bário para visualizar o trato digestivo superior[3].


Abordagem em Situação de Emergência


A abordagem da doença ulcerosa péptica em contexto de urgência centra-se principalmente no tratamento das complicações agudas, especialmente a hemorragia digestiva:


  • Estabilização hemodinâmica: Inclui reposição de fluidos e, se necessário, transfusões sanguíneas[5].


  • Endoscopia terapêutica: Realizada para controlar o sangramento ativo. Os métodos incluem:


    • Injeção de fármacos diretamente na úlcera.


    • Colocação de clips metálicos.


    • Terapia térmica[5].


  • Tratamento farmacológico:


    • Inibidores da bomba de protões por via intravenosa para reduzir a secreção ácida[2].


    • Antibióticos em caso de deteção de H. pylori[2].


  • Cirurgia: Considerada em casos de hemorragia incontrolável ou perfuração[5].


  • Monitorização contínua: Para deteção precoce de ressangramento ou instabilidade hemodinâmica[7].


A doença ulcerosa péptica requer uma abordagem diagnóstica e terapêutica multidisciplinar. O reconhecimento precoce dos sintomas, a realização de exames apropriados e a gestão eficaz das complicações são essenciais para melhorar o prognóstico dos doentes afetados por esta patologia.


Citações 


 
 
 

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