Doença Ulcerosa Péptica
- EmergenciasUNO
- 12 de jun.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A doença ulcerosa péptica é uma patologia frequente do trato gastrointestinal, caracterizada pela formação de úlceras no revestimento do estômago ou na parte superior do intestino delgado. Apesar de a sua incidência ter diminuído nos últimos anos, continua a ser uma causa importante de morbilidade e mortalidade, associada a um elevado custo para os sistemas de saúde[2].
Sintomas
Os sintomas da doença ulcerosa péptica podem variar entre doentes, sendo os mais comuns:
Epigastralgia: Dor aguda, com sensação de ardor ou em pontada na parte superior do abdómen, geralmente após as refeições ou durante a noite[1].
Dispepsia: Frequentemente característica, conhecida como “dispepsia ulcerosa”[2].
Perda de apetite e perda de peso[1].
Náuseas e vómitos[1].
Arrotos e sensação de desconforto abdominal[1].
É importante salientar que alguns doentes, especialmente os idosos, podem permanecer assintomáticos[9].
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos da doença ulcerosa péptica podem incluir:
Fezes escuras (melena) ou presença de sangue nas fezes[1][7].
Vómitos com sangue, que podem ser vermelho vivo ou com aspeto de “borra de café”[7].
Anemia, devido a hemorragia crónica[1].
Sensação de tontura ou desmaio, particularmente em casos de hemorragia aguda[7].
Exame Físico
Durante o exame físico, o médico pode:
Palpar o abdómen para verificar dor ou sensibilidade[3].
Auscultar os sons abdominais com um estetoscópio[3].
Realizar palpação abdominal para identificar pontos dolorosos ou sensíveis[3].
Exames Diagnósticos
Os principais exames para diagnóstico da doença ulcerosa péptica incluem:
Endoscopia digestiva alta (EDA): É o exame de eleição. Permite a visualização direta das úlceras, realização de biópsias e tratamentos se necessário[2][3][5].
Testes para deteção de Helicobacter pylori:
Teste do hálito com ureia[3].
Análises sanguíneas[3].
Teste de antigénio nas fezes[3].
Análises de sangue: Para deteção de anemia e outros marcadores inflamatórios[1][3].
Estudo do trânsito gastrointestinal superior: Utiliza raio-X com bário para visualizar o trato digestivo superior[3].
Abordagem em Situação de Emergência
A abordagem da doença ulcerosa péptica em contexto de urgência centra-se principalmente no tratamento das complicações agudas, especialmente a hemorragia digestiva:
Estabilização hemodinâmica: Inclui reposição de fluidos e, se necessário, transfusões sanguíneas[5].
Endoscopia terapêutica: Realizada para controlar o sangramento ativo. Os métodos incluem:
Injeção de fármacos diretamente na úlcera.
Colocação de clips metálicos.
Terapia térmica[5].
Tratamento farmacológico:
Inibidores da bomba de protões por via intravenosa para reduzir a secreção ácida[2].
Antibióticos em caso de deteção de H. pylori[2].
Cirurgia: Considerada em casos de hemorragia incontrolável ou perfuração[5].
Monitorização contínua: Para deteção precoce de ressangramento ou instabilidade hemodinâmica[7].
A doença ulcerosa péptica requer uma abordagem diagnóstica e terapêutica multidisciplinar. O reconhecimento precoce dos sintomas, a realização de exames apropriados e a gestão eficaz das complicações são essenciais para melhorar o prognóstico dos doentes afetados por esta patologia.
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