Doença Diverticular
- EmergenciasUNO
- 12 de jun.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A doença diverticular é uma condição comum que afeta o cólon, caracterizada pela presença de pequenas protrusões na parede intestinal denominadas divertículos. Esta patologia abrange um amplo espectro de apresentações clínicas, desde a diverticulose assintomática até complicações graves como a diverticulite.
Sintomas
Os sintomas da doença diverticular variam consoante a sua gravidade. Na diverticulose não complicada, os doentes são geralmente assintomáticos ou apresentam sintomas crónicos ligeiros, tais como:
Distensão abdominal
Obstipação ou diarreia alternada
Cólicas ou dor ligeira no abdómen inferior[5]
Nos casos de diverticulite aguda, os sintomas são mais intensos e incluem:
Dor abdominal intensa, geralmente no quadrante inferior esquerdo
Febre e arrepios
Náuseas e vómitos
Alterações nos hábitos intestinais[1][3]
Sinais Clínicos
Durante a avaliação clínica, os sinais mais frequentes de diverticulite incluem:
Sensibilidade à palpação no quadrante inferior esquerdo do abdómen
Distensão abdominal
Sinais de irritação peritoneal em casos graves
Febre (temperatura >38,3 °C)[7]
Exame Físico
A exploração física é fundamental para o diagnóstico e avaliação da gravidade. O médico poderá realizar:
Palpação abdominal para localizar áreas dolorosas e sensíveis
Auscultação dos ruídos intestinais
Avaliação dos sinais vitais, com especial atenção à temperatura e frequência cardíaca
Exame retal digital para excluir outras patologias[3]
Exames Diagnósticos
O diagnóstico da doença diverticular baseia-se numa combinação de achados clínicos e exames complementares:
Análises laboratoriais:
Hemograma completo (para avaliar leucocitose)
Proteína C reativa
Análise de urina
Provas de função hepática[3]
Exames de imagem:
Tomografia computorizada (TC) do abdómen e pelve: É o exame de escolha no diagnóstico da diverticulite. Permite visualizar inflamação, abcessos e outras complicações[1][3]
Ecografia abdominal: Útil em doentes jovens ou grávidas[7]
Colonoscopia: Realizada geralmente 6 a 8 semanas após um episódio agudo para excluir outras patologias, como neoplasias[5]
Abordagem em Situação de Emergência
O tratamento da diverticulite no serviço de urgência depende da gravidade do quadro clínico:
Diverticulite não complicada:
Repouso intestinal
Hidratação
Antibióticos de largo espectro (geralmente em regime ambulatório)
Analgesia[3]
Diverticulite complicada:
Internamento hospitalar
Antibióticos intravenosos
Jejum absoluto (nada por via oral)
Monitorização de sinais vitais e parâmetros inflamatórios
Intervenção cirúrgica em casos de perfuração, abcessos grandes (≥6 cm) ou ausência de resposta ao tratamento conservador[7][4]
A classificação de Hinchey modificada é útil para orientar o tratamento:
Estádio 0: Diverticulite clínica ligeira
Estádio Ia: Inflamação pericólica confinada
Estádio Ib: Abcesso pericólico ou mesocólico confinado
Estádio II: Abcesso pélvico, intra-abdominal distante ou retroperitoneal
Estádio III: Peritonite purulenta generalizada
Estádio IV: Peritonite fecal[4]
A doença diverticular representa um desafio diagnóstico e terapêutico no contexto da urgência. Uma abordagem sistemática que inclua uma avaliação clínica minuciosa, exames de imagem adequados e uma estratégia terapêutica escalonada é essencial para otimizar os resultados clínicos nestes doentes.
Citações
[2] https://www.elsevier.es/es-revista-cirugia-espanola-36-articulo-diagnostico-tratamiento-enfermedad-diverticular-del-S0009739X16301452
[3] https://www.mayoclinic.org/es/diseases-conditions/diverticulitis/diagnosis-treatment/drc-20371764
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