Diverticulite Aguda
- EmergenciasUNO
- 11 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A diverticulite aguda é uma complicação comum da doença diverticular, caracterizada pela inflamação e possível perfuração dos divertículos colónicos. Esta condição afeta principalmente populações de países industrializados, com uma incidência estimada de 25%[2]. Segue uma revisão detalhada dos seus aspetos clínicos mais relevantes.
Sintomas
Os sintomas característicos da diverticulite aguda incluem:
Dor abdominal, geralmente localizada na fossa ilíaca esquerda e hipogastrio[1]
Febre
Náuseas e vómitos
Anorexia
Alteração do ritmo intestinal[3]
A dor costuma evoluir ao longo de 12 a 48 horas[2]. Em alguns casos, os doentes podem apresentar sintomas urinários como polaciúria, urgência e disúria, devido à irritação vesical provocada pela inflamação colónica[2].
Sinais Clínicos
Durante o exame físico, podem ser observados:
Dor à palpação no quadrante inferior esquerdo
Sinais de peritonismo
Défese abdominal
Massa palpável (aproximadamente em 20% dos casos)[2][3]
Febre
Em casos graves, pode haver instabilidade hemodinâmica e choque, embora sejam raros[2].
Exame Clínico
A avaliação física deve incluir:
Palpação abdominal cuidadosa para identificar zonas dolorosas e eventuais massas
Avaliação de sinais de irritação peritoneal
Medição de sinais vitais, incluindo temperatura
Exame pélvico em mulheres para excluir causas ginecológicas[4]
Exames Complementares
O diagnóstico da diverticulite aguda baseia-se principalmente em:
Tomografia Computorizada (TC) abdominal e pélvica com contraste IV: padrão-ouro para diagnóstico e classificação da gravidade[1][4]. Permite avaliar a extensão inflamatória e detectar complicações[3]
Análises sanguíneas: hemograma completo e proteína C reativa (PCR) para avaliar a resposta inflamatória sistémica[1][4]
Análise de urina: para excluir doenças urinárias[4]
Ecografia abdominal: pode ser útil como exame inicial, embora limitada pela presença de gás intestinal[4]
Colonoscopia: realizada após resolução do episódio agudo para excluir outras patologias[6]
Abordagem nas Urgências
O manejo da diverticulite aguda no serviço de urgência depende da gravidade:
Diverticulite não complicada:
Tratamento em ambulatório com analgesia e dieta líquida[2]
Antibioticoterapia seletiva, embora controversa se usada rotineiramente[2]
Diverticulite complicada:
Internamento hospitalar
Antibioticoterapia IV de amplo espectro, com cobertura para gram-negativos e anaeróbios[1]
Repouso intestinal e fluidoterapia
Drenagem percutânea em abscessos > 4–5 cm[1]
Cirurgia de emergência em casos de perfuração livre ou choque séptico[1]
É fundamental efetuar uma avaliação rigorosa para determinar se o doente pode ser tratado em ambulatório ou necessita de hospitalização[2].
A diverticulite aguda é uma patologia frequente que exige diagnóstico precoce e gestão adequada para prevenir complicações. A TC abdominal é o exame de eleição, e o tratamento deve ser individualizado conforme a gravidade clínica e a presença de complicações.
Citações:
[3] https://www.elsevier.es/es-revista-imagen-diagnostica-308-articulo-diverticulitis-aguda-abscesificada-por-cuerpo-S2171366916300245
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