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Diverticulite Aguda

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A diverticulite aguda é uma complicação comum da doença diverticular, caracterizada pela inflamação e possível perfuração dos divertículos colónicos. Esta condição afeta principalmente populações de países industrializados, com uma incidência estimada de 25%[2]. Segue uma revisão detalhada dos seus aspetos clínicos mais relevantes.


Sintomas


Os sintomas característicos da diverticulite aguda incluem:


  • Dor abdominal, geralmente localizada na fossa ilíaca esquerda e hipogastrio[1]


  • Febre


  • Náuseas e vómitos


  • Anorexia


  • Alteração do ritmo intestinal[3]


A dor costuma evoluir ao longo de 12 a 48 horas[2]. Em alguns casos, os doentes podem apresentar sintomas urinários como polaciúria, urgência e disúria, devido à irritação vesical provocada pela inflamação colónica[2].


Sinais Clínicos


Durante o exame físico, podem ser observados:


  • Dor à palpação no quadrante inferior esquerdo


  • Sinais de peritonismo


  • Défese abdominal


  • Massa palpável (aproximadamente em 20% dos casos)[2][3]


  • Febre


Em casos graves, pode haver instabilidade hemodinâmica e choque, embora sejam raros[2].


Exame Clínico


A avaliação física deve incluir:


  • Palpação abdominal cuidadosa para identificar zonas dolorosas e eventuais massas


  • Avaliação de sinais de irritação peritoneal


  • Medição de sinais vitais, incluindo temperatura


  • Exame pélvico em mulheres para excluir causas ginecológicas[4]


Exames Complementares


O diagnóstico da diverticulite aguda baseia-se principalmente em:


  • Tomografia Computorizada (TC) abdominal e pélvica com contraste IV: padrão-ouro para diagnóstico e classificação da gravidade[1][4]. Permite avaliar a extensão inflamatória e detectar complicações[3]


  • Análises sanguíneas: hemograma completo e proteína C reativa (PCR) para avaliar a resposta inflamatória sistémica[1][4]


  • Análise de urina: para excluir doenças urinárias[4]


  • Ecografia abdominal: pode ser útil como exame inicial, embora limitada pela presença de gás intestinal[4]


  • Colonoscopia: realizada após resolução do episódio agudo para excluir outras patologias[6]


Abordagem nas Urgências


O manejo da diverticulite aguda no serviço de urgência depende da gravidade:

Diverticulite não complicada:


  • Tratamento em ambulatório com analgesia e dieta líquida[2]


  • Antibioticoterapia seletiva, embora controversa se usada rotineiramente[2]


Diverticulite complicada:


  • Internamento hospitalar


  • Antibioticoterapia IV de amplo espectro, com cobertura para gram-negativos e anaeróbios[1]


  • Repouso intestinal e fluidoterapia


  • Drenagem percutânea em abscessos > 4–5 cm[1]


  • Cirurgia de emergência em casos de perfuração livre ou choque séptico[1]


É fundamental efetuar uma avaliação rigorosa para determinar se o doente pode ser tratado em ambulatório ou necessita de hospitalização[2].


A diverticulite aguda é uma patologia frequente que exige diagnóstico precoce e gestão adequada para prevenir complicações. A TC abdominal é o exame de eleição, e o tratamento deve ser individualizado conforme a gravidade clínica e a presença de complicações.


Citações:


 
 
 

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