Dispositivo Intrauterino
- EmergenciasUNO
- 23 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
O Dispositivo Intrauterino (DIU) é um método contracetivo altamente eficaz e amplamente utilizado a nível mundial. Trata-se de um pequeno dispositivo em plástico, em forma de T, que é inserido no útero com o objetivo de prevenir a gravidez[1][5]. Existem dois tipos principais de DIU: os que contêm cobre e os que libertam levonorgestrel (LNG)[6]. Segue-se a análise dos aspetos clínicos relevantes e da abordagem em contexto de urgência associados ao uso do DIU.
Sintomas
Os sintomas associados ao uso do DIU podem variar entre utilizadoras. Os mais comuns incluem:
Hemorragia vaginal irregular, sobretudo nos primeiros meses após a inserção[1]
Cólicas e dor abdominal, habitualmente mais intensas nos dias iniciais após a colocação[3]
Lombalgia[3]
Aumento do fluxo menstrual (no caso do DIU de cobre)[1]
É importante referir que muitos destes sintomas tendem a diminuir com o tempo.
Sinais
Os sinais clínicos observáveis em utilizadoras de DIU incluem:
Fios do DIU visíveis através do orifício cervical externo[1]
Potencial aumento da sensibilidade pélvica durante a exploração
Em casos raros, sinais de infeção como corrimento cervical purulento[1]
Sinais de expulsão parcial ou total do DIU, como a visualização do dispositivo no canal cervical[3]
Exame Clínico
A avaliação de uma utilizadora de DIU deve incluir:
Exame pélvico para verificar a posição dos fios do DIU[1]
Palpação abdominal para deteção de dor ou sensibilidade
Inspeção visual do colo do útero e vagina
Em caso de suspeita de complicações, poderá ser necessário um exame mais detalhado, incluindo exploração com espéculo[3]
Testes Diagnósticos
As investigações complementares que podem ser requeridas na abordagem a utilizadoras de DIU incluem:
Ecografia transvaginal ou pélvica para confirmar a localização correta do DIU ou excluir complicações como perfuração uterina[3][6]
Teste de gravidez para excluir gravidez ectópica em caso de suspeita[1]
Colheitas cervicais ou vaginais se houver suspeita de infeção[1]
Em caso de não visualização do DIU, poderá ser necessária uma radiografia para excluir migração intraperitoneal do dispositivo[1]
Abordagem em Situações de Emergência
A gestão de emergências relacionadas com o DIU pode incluir os seguintes cenários:
Suspeita de perfuração uterina:
Realizar ecografia urgente
Se confirmada, poderá ser necessária extração laparoscópica do DIU[1][3]
Doença Inflamatória Pélvica (DIP):
Iniciar antibioterapia de largo espectro
Considerar a extração do DIU se não houver melhoria com tratamento[1]
Gravidez ectópica:
Realizar ecografia e testes de gravidez seriados
Abordagem conforme protocolos estabelecidos para gravidez ectópica[1][5]
Expulsão parcial ou total do DIU:
Remover o DIU se estiver parcialmente expulso
Oferecer métodos contracetivos alternativos[3][5]
Dor intensa ou hemorragia abundante:
Avaliar a posição do DIU por ecografia
Considerar remoção se os sintomas forem severos ou persistentes[3]
O DIU é um método contracetivo seguro e eficaz, sendo essencial que os profissionais de saúde estejam familiarizados com os possíveis sintomas, sinais clínicos e complicações associadas. Uma abordagem clínica adequada e atempada nas situações de urgência pode prevenir complicações graves e salvaguardar a saúde das utilizadoras.
Citações
[3] https://www.elsevier.es/es-revista-medicina-reproductiva-embriologia-clinica-390-articulo-buenas-practicas-el-manejo-dispositivos-S2340932021000165
[6] https://www.elsevier.es/es-revista-revista-medica-clinica-las-condes-202-articulo-analisis-consideraciones-tecnicas-acerca-dispositivos-S0716864021000699
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