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Dispositivo Intrauterino

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



O Dispositivo Intrauterino (DIU) é um método contracetivo altamente eficaz e amplamente utilizado a nível mundial. Trata-se de um pequeno dispositivo em plástico, em forma de T, que é inserido no útero com o objetivo de prevenir a gravidez[1][5]. Existem dois tipos principais de DIU: os que contêm cobre e os que libertam levonorgestrel (LNG)[6]. Segue-se a análise dos aspetos clínicos relevantes e da abordagem em contexto de urgência associados ao uso do DIU.


Sintomas


Os sintomas associados ao uso do DIU podem variar entre utilizadoras. Os mais comuns incluem:


  • Hemorragia vaginal irregular, sobretudo nos primeiros meses após a inserção[1]


  • Cólicas e dor abdominal, habitualmente mais intensas nos dias iniciais após a colocação[3]


  • Lombalgia[3]


  • Aumento do fluxo menstrual (no caso do DIU de cobre)[1]


É importante referir que muitos destes sintomas tendem a diminuir com o tempo.


Sinais


Os sinais clínicos observáveis em utilizadoras de DIU incluem:


  • Fios do DIU visíveis através do orifício cervical externo[1]


  • Potencial aumento da sensibilidade pélvica durante a exploração


  • Em casos raros, sinais de infeção como corrimento cervical purulento[1]


  • Sinais de expulsão parcial ou total do DIU, como a visualização do dispositivo no canal cervical[3]


Exame Clínico


A avaliação de uma utilizadora de DIU deve incluir:


  • Exame pélvico para verificar a posição dos fios do DIU[1]


  • Palpação abdominal para deteção de dor ou sensibilidade


  • Inspeção visual do colo do útero e vagina


  • Em caso de suspeita de complicações, poderá ser necessário um exame mais detalhado, incluindo exploração com espéculo[3]


Testes Diagnósticos


As investigações complementares que podem ser requeridas na abordagem a utilizadoras de DIU incluem:


  • Ecografia transvaginal ou pélvica para confirmar a localização correta do DIU ou excluir complicações como perfuração uterina[3][6]


  • Teste de gravidez para excluir gravidez ectópica em caso de suspeita[1]


  • Colheitas cervicais ou vaginais se houver suspeita de infeção[1]


  • Em caso de não visualização do DIU, poderá ser necessária uma radiografia para excluir migração intraperitoneal do dispositivo[1]


Abordagem em Situações de Emergência


A gestão de emergências relacionadas com o DIU pode incluir os seguintes cenários:


Suspeita de perfuração uterina:


  • Realizar ecografia urgente


  • Se confirmada, poderá ser necessária extração laparoscópica do DIU[1][3]


Doença Inflamatória Pélvica (DIP):


  • Iniciar antibioterapia de largo espectro


  • Considerar a extração do DIU se não houver melhoria com tratamento[1]


Gravidez ectópica:


  • Realizar ecografia e testes de gravidez seriados


  • Abordagem conforme protocolos estabelecidos para gravidez ectópica[1][5]


Expulsão parcial ou total do DIU:


  • Remover o DIU se estiver parcialmente expulso


  • Oferecer métodos contracetivos alternativos[3][5]


Dor intensa ou hemorragia abundante:


  • Avaliar a posição do DIU por ecografia


  • Considerar remoção se os sintomas forem severos ou persistentes[3]


O DIU é um método contracetivo seguro e eficaz, sendo essencial que os profissionais de saúde estejam familiarizados com os possíveis sintomas, sinais clínicos e complicações associadas. Uma abordagem clínica adequada e atempada nas situações de urgência pode prevenir complicações graves e salvaguardar a saúde das utilizadoras.


Citações



 
 
 

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