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Dificuldade na Saída dos Ombros

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A dificuldade na saída dos ombros, também conhecida como distócia de ombros, é uma complicação obstétrica que exige intervenção imediata. Este artigo aborda os principais aspetos desta condição, incluindo sintomas, sinais clínicos, métodos de avaliação, exames diagnósticos e abordagem em situações de emergência.


Sintomas


Os sintomas da distócia de ombros não se manifestam antes do momento do parto. No entanto, certos fatores de risco podem indicar maior probabilidade de ocorrência:


  • Macrossomia fetal (peso fetal estimado superior a 4000 g)


  • Diabetes gestacional ou pré-existente


  • Gravidez pós-termo


  • Obesidade materna


  • Antecedentes de distócia de ombros em partos anteriores


Sinais Clínicos


Os sinais clínicos da distócia de ombros surgem durante o parto e podem incluir:


  • Sinal da tartaruga: retração da cabeça fetal contra o períneo materno após sua exteriorização111


  • Ausência de rotação externa da cabeça fetal


  • Dificuldade ou impossibilidade de extrair os ombros com tração suave


  • Ausência de progressão fetal com os esforços expulsivos maternos


Avaliação


A avaliação nos casos suspeitos de distócia de ombros inclui:


  • Observação visual da retração da cabeça fetal


  • Palpação abdominal para estimar o tamanho fetal e a posição dos ombros


  • Exame vaginal para determinar a posição da cabeça fetal e avaliar a pelve materna222


Exames Diagnósticos


Apesar de a distócia de ombros ser essencialmente um diagnóstico clínico feito no momento do parto, alguns exames podem auxiliar na identificação de fatores de risco:


  • Ecografia pré-natal: para estimar o peso fetal e avaliar a relação entre os ombros e a cabeça fetal333


  • Prova de tolerância à glicose: para diagnóstico de diabetes gestacional


  • Pelvimetria: em casos selecionados, para avaliação das dimensões pélvicas maternas


Abordagem em Emergência


A abordagem da distócia de ombros em emergência exige ação rápida e coordenada:


  • Manobra de McRoberts: flexão extrema das ancas maternas contra o abdómen


  • Pressão suprapúbica: aplicação de pressão sobre o púbis materno para rotação do ombro anterior


  • Manobra de Rubin II: rotação dos ombros fetais em direção ao tórax fetal


  • Manobra de Woods: rotação dos ombros fetais em “saca-rolhas”


  • Extração do braço posterior: libertação do braço posterior fetal444


Em situações extremas, podem ser necessárias manobras mais invasivas, como fratura da clavícula fetal ou sinfisiotomia materna, embora estas sejam consideradas medidas de último recurso.


É fundamental que a equipa médica esteja treinada nestas manobras e que se mantenha a calma durante o procedimento. A comunicação clara com a paciente e com a equipa é essencial para uma gestão eficaz desta emergência obstétrica555.


A dificuldade na saída dos ombros é uma complicação obstétrica que exige reconhecimento rápido e intervenção especializada. O conhecimento dos fatores de risco, sinais clínicos e técnicas de abordagem é essencial para minimizar as complicações maternas e fetais associadas a esta condição.


Citações



 
 
 

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