Derrame pleural
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
O derrame pleural é uma condição caracterizada pela acumulação anormal de líquido no espaço pleural, entre as camadas visceral e parietal da pleura que envolve os pulmões. Esta acumulação pode ter diversas causas e manifestações clínicas, exigindo um diagnóstico e tratamento específicos.
Sintomas
Os sintomas do derrame pleural variam consoante a causa e o volume de líquido acumulado, sendo os mais frequentes:
Dispneia ou dificuldade respiratória (78,2 % dos casos)
Tosse (69,5 % dos casos)
Dor torácica pleurítica, agravada pela respiração profunda ou tosse (57,2 % dos casos)
Perda de peso (59,4 % dos casos) [6]
Febre [3]
Hipo, devido ao movimento involuntário do diafragma [3]
Alguns pacientes com derrames pequenos podem ser assintomáticos [1].
Sinais clínicos
Na avaliação física, podem observar-se:
Redução dos movimentos respiratórios no lado afetado
Macicez à percussão sobre o derrame
Diminuição ou ausência de ruídos respiratórios na área afetada
Frêmito vocal diminuído ou ausente
Egofonia no limite superior do derrame
Exame clínico
A avaliação deve incluir:
Inspeção do tórax para detectar assimetrias ou abaulamentos
Palpação das vibrações vocais
Percussão para identificar áreas de macicez
Auscultação para detetar diminuição ou ausência de murmúrios vesiculares
Exames diagnósticos
A confirmação baseia-se na combinação de dados clínicos e imagiológicos, seguidos da análise do líquido pleural:
Radiografia de tórax: estudo inicial, deteta derrames a partir de 200 mL [4]
Ecografia torácica: orienta a toracocentese e avalia loculações [4]
Tomografia torácica: detalha a extensão do derrame e possíveis causas [4]
Toracocentese: essencial para diagnóstico etiológico. Análise do líquido pleural inclui [4]:
LDH e proteínas
Contagem e diferencial celular
pH
Glicose
Citologia
Cultura microbiológica
Exames adicionais por suspeita clínica:
Colesterol no líquido pleural
Adenosina desaminase (ADA) para tuberculose
Amilase (suspeita de patologia pancreática)
Marcadores tumorais (sempre que houver suspeita de malignidade) [4]
Manejo em Emergência
No serviço de urgências, o manejo deve focar em:
Avaliação rápida da gravidade: avaliar insuficiência respiratória ou comprometimento hemodinâmico.
Oxigenoterapia: se houver hipoxemia.
Toracocentese diagnóstica e terapêutica: em derrames significativos que causam dispneia — preferencialmente guiada por ecografia [7].
Tratamento da etiologia subjacente:
Antibióticos para derrame paraneumónico ou empiema
Diuréticos em casos de insuficiência cardíaca
Analgésicos para dor pleurítica [7]
Inserção de tubo de drenagem torácica: em empiema ou hemotórax [7]
Terapia fibrinolítica: em derrames loculados ou empiemas complicados [7]
O manejo posterior depende da causa — por exemplo, pode ser necessária pleurodese em derrames malignos recorrentes ou tratamento específico da doença de base.
O derrame pleural é uma patologia frequente que requer um diagnóstico sistemático e um tratamento individualizado. A compreensão dos seus sinais clínicos, métodos diagnósticos e opções terapêuticas é crucial para otimizar o atendimento dos doentes afetados.
Citações
[2] https://www.msdmanuals.com/es/professional/trastornos-pulmonares/trastornos-mediastínicos-y-pleurales/derrame-pleural?ruleredirectid=755
[5] https://www.elsevier.es/es-revista-revista-medica-clinica-las-condes-202-articulo-enfoque-diagnostico-en-el-paciente-S0716864015000668
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