Depressão
- EmergenciasUNO
- há 6 dias
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A depressão é uma perturbação mental comum e complexa que afeta significativamente a qualidade de vida dos indivíduos que dela padecem. Este artigo académico aborda os aspetos-chave da depressão, incluindo sintomas, sinais clínicos, exame, exames complementares e abordagem em emergência.
Sintomas
Os sintomas da depressão são variados e podem manifestar-se de forma diferente em cada indivíduo. Entre os mais comuns encontram-se:
Sentimentos persistentes de tristeza, ansiedade ou vazio[7]
Perda de interesse ou prazer em atividades anteriormente apreciadas[5]
Fadiga e diminuição de energia[5]
Alterações do sono (insónia ou hipersónia)[5]
Alterações significativas do apetite ou do peso[5]
Dificuldade de concentração, em recordar detalhes ou tomar decisões[7]
Sentimentos de desesperança, culpa ou inutilidade[7]
Irritabilidade ou inquietação[8]
Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio[8]
É importante destacar que, para o diagnóstico de depressão major, pelo menos cinco destes sintomas devem estar presentes durante um período de duas semanas, sendo que um deles deve ser o humor deprimido ou a perda de interesse ou prazer[5].
Sinais clínicos
Os sinais clínicos da depressão são manifestações observáveis que podem auxiliar no diagnóstico.Estes incluem:
Expressão facial triste ou apática
Choro frequente ou facilidade em chorar
Lentificação ou agitação psicomotora observável[5]
Redução da comunicação verbal
Negligência da aparência pessoal
Isolamento social[8]
Alterações nos padrões de sono ou alimentação[5]
Exame clínico
A avaliação da depressão implica uma abordagem integral que inclui:
Anamnese detalhada: Investigação da história pessoal e familiar de perturbações do humor, eventos stressantes recentes e sintomas atuais[3].
Exame físico: Realizado para excluir condições médicas que possam contribuir para os sintomas depressivos[3].
Avaliação psiquiátrica: Um profissional de saúde mental realiza uma entrevista estruturada para avaliar os sintomas, pensamentos e padrões de comportamento[3].
Aplicação de escalas de avaliação: Utilização de instrumentos padronizados como o Questionário de Saúde do Paciente-9 (PHQ-9) ou a Escala de Depressão de Hamilton (HAM-D) para quantificar a gravidade dos sintomas[1].
Exames complementares de diagnóstico
Embora não exista um teste laboratorial específico para diagnosticar depressão, podem ser realizados os seguintes exames para excluir outras condições médicas:
Hemograma completo: Para avaliar anemia ou outras alterações hematológicas[3]
Provas de função tiroideia: Para excluir hipotiroidismo ou hipertiroidismo[3]
Níveis de vitamina B12 e ácido fólico: Para avaliar deficiências nutricionais
Provas de função hepática e renal: Para excluir doenças orgânicas que possam afetar o humor
Adicionalmente, técnicas de neuroimagem como a ressonância magnética funcional (fMRI) podem ser usadas em investigação para estudar alterações cerebrais associadas à depressão[2].
Abordagem em Emergência
O tratamento da depressão em situações de emergência centra-se principalmente na avaliação do risco suicida e intervenção imediata:
Avaliação do risco suicida: Deve ser realizada uma avaliação exaustiva dos pensamentos suicidas, planos e tentativas anteriores[7].
Garantir a segurança: Se existir risco iminente de autoagressão, deve considerar-se a hospitalização[8].
Intervenção farmacológica: Em casos graves, pode ser necessário iniciar antidepressivos de ação rápida sob vigilância médica apertada
Apoio psicossocial: Proporcionar um ambiente de apoio e contenção emocional[6]
Encaminhamento: Garantir seguimento com um profissional de saúde mental para tratamento a longo prazo[6]
Educação: Informar o paciente e os familiares sobre sinais de alerta e recursos de apoio disponíveis[7]
A depressão é uma condição multifacetada que requer uma abordagem abrangente para o seu diagnóstico e tratamento. A identificação precoce dos sintomas e sinais, associada a uma avaliação completa e intervenção adequada em contexto de emergência, é fundamental para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes afetados.
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