Dengue
- EmergenciasUNO
- 13 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A dengue é uma doença infeciosa causada por um flavivírus transmitido por mosquitos do género Aedes. Esta patologia representa um importante problema de saúde pública em regiões tropicais e subtropicais, afetando milhões de pessoas anualmente[1][3].
Sintomas
Os sintomas da dengue geralmente surgem entre 5 a 7 dias após a picada do mosquito infetado. A doença caracteriza-se por:
Início súbito de febre elevada (> 38,5 °C), que costuma durar entre 2 a 7 dias[1][3]
Náuseas e vómitos
Erupção cutânea (sarpullido)
Dor intensa nos músculos e articulações
Cefaleia severa
Dor retro-orbital
Fadiga
É importante destacar que cerca de 1 em cada 4 pessoas infetadas desenvolve sintomas, os quais podem variar de leves a graves[1].
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos da dengue podem evoluir rapidamente, especialmente durante a fase crítica da doença. Incluem:
Petéquias e equimoses
Sangramento de mucosas (p. ex., epistaxe, sangramento gengival)
Hepatomegalia
Derrames serosos (pleural ou ascites)
Letargia ou irritabilidade
Hipotensão postural
Um sinal característico é o teste do torniquete positivo, indicador de fragilidade capilar[1][3].
Exploração
A avaliação física deve ser minuciosa, com foco em sinais de alarme que possam sinalizar progressão para dengue grave:
Estado hemodinâmico (pressão arterial, frequência cardíaca)
Sinais de desidratação
Presença de derrames serosos (ascite, derrame pleural)
Avaliação neurológica
Hepatomegalia
Manifestação hemorrágica
É crucial o acompanhamento próximo, pois o estado do paciente pode deteriorar-se rapidamente durante a fase crítica[2][4].
Provas Diagnósticas
O diagnóstico baseia-se na combinação de dados clínicos e exames laboratoriais:
Serologia:
Detecção de anticorpos IgM e IgG específicos para dengue
ELISA para antigénio NS1
Testes moleculares:
RT‑PCR para deteção de ARN viral
Exames hematológicos:
Hemograma completo (leucopenia, trombocitopenia)
Hematócrito (para avaliar hemoconcentração)
Provas bioquímicas:
Transaminases (AST, ALT)
Albumina sérica
A confirmação laboratorial não é necessária para iniciar o tratamento clínico, mas é útil para vigilância epidemiológica[4][5].
Manejo de Emergências
O tratamento em urgência centra-se na avaliação rápida e estabilização do doente:
Classificação da gravidade: dengue sem sinais de alarme; com sinais de alarme; dengue grave[4]
Gestão da febre: antipiréticos como paracetamol; evitar anti-inflamatórios não esteroides
Reposição hídrica: fundamental, especialmente em casos com sinais de alarme ou dengue grave — reidratação oral ou intravenosa conforme necessário[5]
Monitorização: sinais vitais, diurese, hematócrito e plaquetas; frequência de controlo conforme gravidade
Tratamento de complicações: manejo de hemorragias, choque ou falência orgânica em dengue grave
Critérios de internamento: qualquer caso com sinais de alarme, dengue grave, grávidas ou com comorbilidades deve ser hospitalizado para acompanhamento intensivo[5]
Nota Final
O reconhecimento precoce dos sinais de alarme e o manejo adequado dos líquidos são fundamentais para prevenir complicações e reduzir a mortalidade associada à dengue[1][4].
Citações
[2]https://www.sanidad.gob.es/areas/alertasEmergenciasSanitarias/alertasActuales/zika/docs/ETV3_Guia_manejo_Atencion_Primaria_Marzo2016.pdf
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