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Crise Addisoniana

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A crise addisoniana, também conhecida como insuficiência suprarrenal aguda, é uma emergência médica potencialmente fatal que requer diagnóstico e tratamento imediatos. Esta condição ocorre quando as glândulas suprarrenais não conseguem produzir quantidades suficientes de cortisol e, nalguns casos, de aldosterona, em resposta a um stress agudo[1][2].


Sintomas


Os sintomas de uma crise addisoniana podem desenvolver-se rapidamente e incluem:


  • Fadiga extrema e fraqueza muscular.


  • Dor abdominal intensa, náuseas e vómitos.


  • Diarreia severa que pode levar à desidratação


  • Tonturas e confusão


  • Febre


  • Hipoglicemia


  • Anorexia e perda de peso[1][3][5]


Sinais clínicos


Os sinais clínicos mais comuns de uma crise addisoniana são:


  • Hipotensão grave, que pode provocar choque.


  • Taquicardia


  • Desidratação


  • Hiperpigmentação da pele (em casos de doença de Addison subjacente)


  • Diminuição do nível de consciência ou delírio[1][5][7]


Exame físico


Durante o exame físico, o médico pode observar:


  • Sinais de desidratação (mucosas secas, diminuição da turgência cutânea)


  • Hipotensão ortostática


  • Taquicardia


  • Dor à palpação abdominal


  • Febre


  • Hiperpigmentação da pele, especialmente em pregas, cicatrizes e mucosas (nos casos de doença de Addison)[1][5]


Exames diagnósticos


O diagnóstico de uma crise addisoniana baseia-se na apresentação clínica e é confirmado por exames laboratoriais:


  • Eletrólitos séricos: hiponatremia, hipercaliemia


  • Glicemia: hipoglicemia


  • Cortisol sérico: níveis baixos (< 5 mcg/dL)


  • ACTH plasmático: níveis elevados (≥ 50 pg/mL)


  • Gasometria arterial: acidose metabólica


  • Hemograma: pode mostrar anemia, eosinofilia


  • Teste de estimulação com ACTH: confirma o diagnóstico, mas o tratamento não deve ser adiado em caso de forte suspeita[1][3][7]


Tratamento de emergência


O tratamento da crise addisoniana é uma emergência médica e deve ser iniciado de imediato:


  • Reposição de fluidos: administração de solução salina isotónica para corrigir a hipovolemia e a hiponatremia.


  • Administração de glucocorticoides: hidrocortisona intravenosa (100 mg a cada 6-8 horas) é o tratamento de eleição.


  • Correção da hipoglicemia: administração de glucose intravenosa, se necessário.


  • Monitorização contínua dos sinais vitais, eletrólitos e glicemia.


  • Tratamento da causa desencadeante, se identificada (por exemplo, infeção).


  • Uma vez estabilizado o paciente, deve iniciar-se a terapia de substituição hormonal a longo prazo e educar o paciente sobre o controlo da sua condição[1][2][5].


É fundamental que os profissionais de saúde estejam familiarizados com os sinais e sintomas da crise addisoniana, uma vez que o diagnóstico e o tratamento precoces podem salvar vidas.


Além disso, os pacientes com insuficiência suprarrenal conhecida devem ser educados sobre como ajustar a sua medicação em situações de stress e quando procurar atendimento médico urgente[5][7].


Citações



 
 
 

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