Corpos Estranhos Ingeridos
- EmergenciasUNO
- 12 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A ingestão de corpos estranhos é um problema frequente na prática clínica, especialmente em crianças, idosos, pacientes psiquiátricos e reclusos[5]. Embora a maioria dos corpos estranhos ingeridos passe pelo trato digestivo sem complicações, alguns casos podem necessitar de intervenção médica ou cirúrgica[5].
Sintomas
Os sintomas variam consoante a localização e características do objeto ingerido. Os doentes podem manifestar:
Sensação de corpo estranho
Disfagia
Odinofagia
Dor retroesternal ou epigástrica
Sialorreia
Náuseas e vómitos
Tosse ou dispneia (se houver compromissos nas vias aéreas)[1][2][3]
Em alguns casos, particularmente quando o corpo estranho já atingiu o estômago, o doente pode permanecer assintomático[3].
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos podem incluir:
Dificuldade em engolir
Bebeléu (?)
Estridor ou sibilância
Diminuição dos ruídos respiratórios
Enfisema subcutâneo (no caso de perfuração esofágica)
Febre (se existirem complicações infecciosas)[1][3]
Exame Clínico
A avaliação física deve englobar:
Avaliação das vias aéreas e respiração
Exame da cavidade oral e faringe
Palpação do pescoço para detectar crepitações ou enfisema subcutâneo
Auscultação pulmonar
Exame abdominal[4]
Exames Diagnósticos
As principais provas diagnósticas incluem:
Radiografia simples: exame inicial, com projeções de pescoço, tórax e abdómen (AP e lateral)[2][4]
Detector manual de metais: útil para localizar objetos metálicos e evitar radiografias desnecessárias[4]
Tomografia computorizada (TC): necessária em casos complexos ou com suspeita de complicações[4]
Endoscopia: diagnóstico e terapêutica, permitindo visualizar diretamente e remover o corpo estranho[5]
Maneio em Urgência
No serviço de urgência, seguir os passos:
Avaliação inicial: avaliar o estado geral e permeabilidade das vias aéreas[5]
História clínica e exame físico detalhado[4]
Exames de imagem: iniciar geralmente por radiografia simples[2][4]
Determinar necessidade de intervenção urgente: corpos estranhos no esófago, objetos perfurantes ou baterias requerem extração imediata[1][5]
Extração endoscópica: método de eleição na maioria dos casos que envolvem objetos acessíveis[5]
Observação: em casos selecionados, se o objeto passou ao estômago e não for perigoso, pode optar-se por observação expectante[1][5]
Intervenção cirúrgica: necessária em caso de perfuração ou falha da remoção endoscópica[5]
Seguimento: essencial para detetar possíveis complicações tardias[5]
O tratamento de corpos estranhos ingeridos exige equipa multidisciplinar—médicos de emergência, gastroenterologistas, radiologistas e cirurgiões. A escolha do tratamento depende do tipo e localização do objeto, sintomas do doente e tempo decorrido desde a ingestão[5].
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