Corpo estranho conjuntival
- EmergenciasUNO
- 2 de jul.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
Os corpos estranhos conjuntivais representam uma das formas mais comuns de trauma ocular, sendo uma causa frequente de procura nos serviços de urgência[3][4]. Este artigo académico aborda os aspetos-chave desta condição, incluindo sintomas, sinais clínicos, avaliação, exames diagnósticos e abordagem em emergências.
Sintomas
Os pacientes com corpos estranhos conjuntivais geralmente apresentam uma série de sintomas característicos:
Sensação de corpo estranho no olho[1][3]
Dor ocular, que pode variar de ligeira a moderada[1][4]
Lacrimejo excessivo[1][3]
Fotofobia, especialmente se o corpo estranho afetar a córnea[1]
Dificuldade em manter o olho aberto devido ao desconforto[3]
Visão turva, particularmente se o corpo estranho estiver no eixo visual[1]
Importa salientar que a intensidade dos sintomas pode variar consoante a localização do corpo estranho. Aqueles localizados na córnea tendem a provocar sintomas mais intensos devido à rica inervação desta estrutura[4].
Sinais clínicos
A avaliação física pode revelar diversos sinais clínicos indicativos de um corpo estranho conjuntival:
Hiperemia conjuntival (vermelhidão ocular)[1][3]
Edema palpebral[3]
Reação leve na câmara anterior do olho[3]
Ceratite pontuada superficial[3]
Presença visível do corpo estranho na superfície ocular[2]
Erosões corneanas lineares, especialmente se verticais, o que pode indicar corpo estranho subtarsal[4]
Avaliação
A avaliação detalhada é crucial para o diagnóstico e tratamento adequados:
Anamnese completa, incluindo o tempo de evolução e a atividade realizada no início dos sintomas[1]
Avaliação da acuidade visual[3][4]
Avaliação da forma e reatividade pupilar[4]
Exame minucioso de toda a superfície ocular, incluindo os fundos de saco conjuntivais[1][3]
Eversão palpebral para examinar o fórnice conjuntival[1]
Utilização da lâmpada de fenda para visualização detalhada[2][3]
Exames complementares
Além da avaliação física, podem ser realizados os seguintes exames:
Coloração com fluoresceína: Permite identificar defeitos epiteliais corneanos e o corpo estranho[1][3]
Medição do pH: Nos casos com suspeita de queimadura química[1]
Exame do fundo ocular com dilatação: Para excluir complicações no segmento posterior[3]
Em casos complexos, podem ser necessários exames de imagem como radiografias ou tomografia computorizada para localizar corpos estranhos intraoculares[3]
Abordagem de emergência
O tratamento de um corpo estranho conjuntival no serviço de urgência geralmente segue os seguintes passos:
Aplicação de anestesia tópica para facilitar a avaliação e o tratamento[1][3][4]
Extração do corpo estranho:
Utilização de espátula ou agulha calibre 25 com aumento para corpos estranhos corneanos[3]
Irrigação em casos de corpos estranhos múltiplos ou soltos[3]
Remoção do anel de óxido, se presente, com precaução se estiver sobre o eixo visual[3]
Tratamento com antibiótico tópico para prevenir infeções[3][4]
Administração de analgésicos conforme necessário[4]
Em utilizadores de lentes de contacto, considerar cobertura contra Pseudomonas[3]
É essencial reconhecer as limitações dos recursos e competências disponíveis e encaminhar o paciente para um especialista em oftalmologia quando necessário[3].
O tratamento adequado dos corpos estranhos conjuntivais requer uma avaliação cuidadosa e uma intervenção atempada para prevenir complicações e assegurar a melhor recuperação possível para o paciente.
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