top of page

Coriorretinite

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A coriorretinite é uma condição oftalmológica caracterizada pela inflamação da coroide e da retina, duas camadas fundamentais do globo ocular. Esta patologia pode ter várias etiologias, sendo as infecciosas as mais frequentes, particularmente a toxoplasmose. Segue-se uma revisão detalhada dos aspetos mais relevantes desta doença.


Sintomas


Os doentes com coriorretinite costumam apresentar diversos sintomas que afetam significativamente a visão:


  • Visão turva: É um dos sintomas mais frequentes e pode variar em intensidade.


  • Escotomas: Presença de defeitos no campo visual.


  • Miodesópsias: Também conhecidas como “moscas volantes” ou “corpos flutuantes”.


  • Fotofobia: Sensibilidade à luz intensa, especialmente em casos com uveíte anterior associada.


  • Dor ocular: Pode ser intensa, sobretudo na uveíte anterior.


A gravidade dos sintomas pode variar consoante a porção do trato uveal afetada e o grau de inflamação.


Sinais clínicos


A coriorretinite manifesta-se com diversos sinais observáveis durante o exame oftalmológico:


  • Hiperemia ocular: Especialmente visível na uveíte anterior.


  • Vasos sanguíneos proeminentes: Observáveis na superfície ocular próxima à córnea.


  • Células inflamatórias: Leucócitos livres na câmara anterior.


  • Depósitos celulares: Glóbulos brancos aderidos à superfície posterior da córnea.


  • Lesões retinianas: Massas ou lesões localizadas na retina.


Na toxoplasmose congénita, podem ocorrer sequelas como hidrocefalia e calcificações cerebrais.


Exame clínico


A avaliação oftalmológica é essencial para o diagnóstico e seguimento da coriorretinite:


  • Fundoscopia: Visualização direta da retina e da coroide.


  • Exame com lâmpada de fenda: Observação detalhada das estruturas anteriores do olho.


  • Oftalmoscopia indireta: Avaliação da periferia da retina.


Exames complementares


Para confirmar o diagnóstico e identificar a etiologia, são utilizados vários exames:


  • Angiografia com fluoresceína e verde de indocianina: Avaliação da coroide e identificação de áreas de extravasamento.


  • Tomografia de Coerência Óptica (OCT): Imagens detalhadas das camadas da retina.


  • Serologias: Deteção de infeções como toxoplasmose ou sífilis.


  • Reação em Cadeia da Polimerase (PCR): Método sensível e específico para deteção de agentes infeciosos no humor vítreo.


  • Biópsia vítrea: Indicada quando os exames anteriores não são conclusivos.


Manejo em emergência


A abordagem emergente da coriorretinite deve ser célere e eficaz:


  • Avaliação imediata: Realização de exame oftalmológico completo para determinar a extensão da inflamação.


  • Controlo da dor: Administração de analgésicos em caso de dor ocular intensa.


  • Início de tratamento empírico: Antibióticos ou antivíricos de largo espectro quando se suspeita de infeção.


  • Corticosteroides tópicos: Podem ser utilizados para reduzir a inflamação, com precaução em casos de etiologia infeciosa suspeita.


  • Encaminhamento para especialista: Fundamental para tratamento específico e seguimento prolongado.


A coriorretinite é uma patologia oftalmológica complexa que requer abordagem multidisciplinar. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para prevenir complicações e preservar a função visual do doente.

 
 
 

Comments


bottom of page