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Complicações do pós-parto imediato

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



O puerpério imediato, que abrange as primeiras 24 horas após o parto, é um período crítico durante o qual podem surgir várias complicações que requerem atenção médica urgente. Entre os problemas mais frequentes estão a hemorragia pós-parto, as infeções e os distúrbios hipertensivos.


Sintomas


Os sintomas que podem indicar complicações no puerpério imediato incluem:


  • Hemorragia vaginal abundante ou com agravamento progressivo[8]


  • Dor abdominal intensa ou agravada[8]


  • Febre ou arrepios[8]


  • Cefaleia intensa ou alterações visuais[8]


  • Dificuldade respiratória ou dor torácica[8]


  • Edema ou dor nos membros inferiores[8]


Sinais clínicos


Os profissionais de saúde devem estar atentos aos seguintes sinais:


  • Taquicardia (frequência cardíaca >100 bpm)[3]


  • Hipotensão (pressão arterial sistólica <90 mmHg)[3]


  • Febre (temperatura >38 °C)[3]


  • Lóquios com odor fétido ou purulentos[3]


  • Subinvolução uterina (útero acima do umbigo após 24 horas)[3]


  • Sinais de choque (pele fria e pegajosa, confusão mental)[8]


Exame físico


A avaliação física no pós-parto imediato deve incluir:


  • Avaliação do tónus uterino e altura do fundo uterino[3]


  • Inspeção dos lóquios (quantidade, cor e odor)[3]


  • Exame do períneo e canal de parto para detetar lacerações ou hematomas[3]


  • Palpação dos membros inferiores para excluir trombose venosa profunda[8]


  • Avaliação dos sinais vitais (PA, FC, temperatura)[3]


Exames complementares


As análises e exames que podem ser necessários incluem:


  • Hemograma completo para avaliar anemia e sinais de infeção[4]


  • Testes de coagulação em caso de suspeita de coagulopatia[4]


  • Hemoculturas e uroculturas se houver suspeita de infeção[4]


  • Ecografia pélvica para avaliar a involução uterina e excluir retenção placentária[4]


  • TC ou RMN em caso de suspeita de tromboembolismo pulmonar[8]


Conduta em Emergência


A gestão das complicações do puerpério imediato deve ser célere e eficaz:


Hemorragia pós-parto:


  • Massagem uterina e administração de uterotónicos (oxitocina, metilergometrina)[4]


  • Reposição volémica com cristaloides ou hemoderivados conforme necessidade[4]


  • Considerar uso de ácido tranexâmico[4]


  • Em casos graves, considerar balão intrauterino ou ligadura das artérias hipogástricas[4]


Infeção puerperal:


  • Início de antibioterapia de largo espectro[3]


  • Drenagem de abcessos, se presentes[3]


  • Monitorização rigorosa dos sinais vitais e da resposta ao tratamento[3]


Distúrbios hipertensivos:


  • Controlo da pressão arterial com anti-hipertensivos (labetalol, hidralazina)[8]


  • Administração de sulfato de magnésio para prevenir convulsões em pré-eclâmpsia grave[8]


  • Avaliação contínua da função renal e hepática[8]


Tromboembolismo:


  • Anticoagulação terapêutica com heparina de baixo peso molecular[8]


  • Oxigenoterapia e suporte hemodinâmico conforme necessidade[8]


É fundamental que os profissionais das urgências estejam preparados para reconhecer e tratar atempadamente estas complicações, que podem pôr em risco a vida materna.


A vigilância rigorosa durante o puerpério imediato e a intervenção precoce são cruciais para reduzir a morbimortalidade associada a estas condições[1][9].


Citações


 
 
 

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