Complicações do pós-parto imediato
- EmergenciasUNO
- 22 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
O puerpério imediato, que abrange as primeiras 24 horas após o parto, é um período crítico durante o qual podem surgir várias complicações que requerem atenção médica urgente. Entre os problemas mais frequentes estão a hemorragia pós-parto, as infeções e os distúrbios hipertensivos.
Sintomas
Os sintomas que podem indicar complicações no puerpério imediato incluem:
Hemorragia vaginal abundante ou com agravamento progressivo[8]
Dor abdominal intensa ou agravada[8]
Febre ou arrepios[8]
Cefaleia intensa ou alterações visuais[8]
Dificuldade respiratória ou dor torácica[8]
Edema ou dor nos membros inferiores[8]
Sinais clínicos
Os profissionais de saúde devem estar atentos aos seguintes sinais:
Taquicardia (frequência cardíaca >100 bpm)[3]
Hipotensão (pressão arterial sistólica <90 mmHg)[3]
Febre (temperatura >38 °C)[3]
Lóquios com odor fétido ou purulentos[3]
Subinvolução uterina (útero acima do umbigo após 24 horas)[3]
Sinais de choque (pele fria e pegajosa, confusão mental)[8]
Exame físico
A avaliação física no pós-parto imediato deve incluir:
Avaliação do tónus uterino e altura do fundo uterino[3]
Inspeção dos lóquios (quantidade, cor e odor)[3]
Exame do períneo e canal de parto para detetar lacerações ou hematomas[3]
Palpação dos membros inferiores para excluir trombose venosa profunda[8]
Avaliação dos sinais vitais (PA, FC, temperatura)[3]
Exames complementares
As análises e exames que podem ser necessários incluem:
Hemograma completo para avaliar anemia e sinais de infeção[4]
Testes de coagulação em caso de suspeita de coagulopatia[4]
Hemoculturas e uroculturas se houver suspeita de infeção[4]
Ecografia pélvica para avaliar a involução uterina e excluir retenção placentária[4]
TC ou RMN em caso de suspeita de tromboembolismo pulmonar[8]
Conduta em Emergência
A gestão das complicações do puerpério imediato deve ser célere e eficaz:
Hemorragia pós-parto:
Massagem uterina e administração de uterotónicos (oxitocina, metilergometrina)[4]
Reposição volémica com cristaloides ou hemoderivados conforme necessidade[4]
Considerar uso de ácido tranexâmico[4]
Em casos graves, considerar balão intrauterino ou ligadura das artérias hipogástricas[4]
Infeção puerperal:
Início de antibioterapia de largo espectro[3]
Drenagem de abcessos, se presentes[3]
Monitorização rigorosa dos sinais vitais e da resposta ao tratamento[3]
Distúrbios hipertensivos:
Controlo da pressão arterial com anti-hipertensivos (labetalol, hidralazina)[8]
Administração de sulfato de magnésio para prevenir convulsões em pré-eclâmpsia grave[8]
Avaliação contínua da função renal e hepática[8]
Tromboembolismo:
Anticoagulação terapêutica com heparina de baixo peso molecular[8]
Oxigenoterapia e suporte hemodinâmico conforme necessidade[8]
É fundamental que os profissionais das urgências estejam preparados para reconhecer e tratar atempadamente estas complicações, que podem pôr em risco a vida materna.
A vigilância rigorosa durante o puerpério imediato e a intervenção precoce são cruciais para reduzir a morbimortalidade associada a estas condições[1][9].
Citações
[2] https://www.mayoclinic.org/es/diseases-conditions/postpartum-depression/symptoms-causes/syc-20376617
[3] https://www.msdmanuals.com/es/professional/ginecología-y-obstetricia/atención-posparto-y-trastornos-asociados/atención-posparto?ruleredirectid=755
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