Colite ulcerosa
- EmergenciasUNO
- 11 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A colite ulcerosa é uma doença inflamatória intestinal crónica que afeta o cólon e o reto. Esta condição carateriza-se por uma inflamação difusa da mucosa colónica, resultando numa série de manifestações clínicas e potenciais complicações. Segue-se uma revisão detalhada dos aspetos clínicos mais relevantes desta patologia.
Sintomas
Os sintomas da colite ulcerosa podem variar em intensidade e frequência, incluindo:
Diarreia persistente, frequentemente com sangue ou pus[2][5]
Dor e cólicas abdominais[2][5]
Urgência retal e tenesmo[5][7]
Perda de apetite e peso[2]
Fadiga e fraqueza geral[2]
Febre em casos de doença ativa[5][7]
É importante destacar que os sintomas podem surgir e desaparecer, com períodos de remissão que podem durar meses ou até anos[2].
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos observáveis em doentes com colite ulcerosa incluem:
Palidez mucocutânea devido à anemia[2][4]
Taquicardia, especialmente em casos graves[3][8]
Distensão abdominal[3]
Perda de peso e sinais de desnutrição[5]
Manifestações extraintestinais como artrite, lesões cutâneas ou uveíte[5]
Exame Clínico
A avaliação física deve ser minuciosa e incluir:
Avaliação do estado geral e hemodinâmico[8]
Palpação abdominal para detetar dor, distensão ou massas[3]
Inspeção perianal e toque retal[4]
Investigação de sinais de complicações como megacólon tóxico ou perfuração intestinal[3][8]
Exames Complementares
O diagnóstico de colite ulcerosa baseia-se na combinação de achados clínicos, endoscópicos e histológicos. Os exames mais relevantes incluem:
Colonoscopia com biópsias: padrão-ouro para o diagnóstico, permitindo observação direta da mucosa e recolha de amostras para exame histológico[4][6][9]
Análises laboratoriais:
Hemograma completo (para avaliar anemia e leucocitose)[4][6]
VSG e PCR como marcadores inflamatórios[4][6][9]
Provas hepáticas[6]
Análises de fezes:
Cultura para excluir infeções[6]
Calprotectina fecal como marcador de inflamação intestinal[9]
Imagiologia:
Radiografia simples (em suspeita de complicações agudas)[3][6]
Enema opaco (em fases não agudas) para avaliar extensão da doença[6]
Sigmoidoscopia flexível: útil em doença distal ou quando a colonoscopia completa não é possível devido a inflamação extensa[4]
Abordagem de Urgência
O manejo da colite ulcerosa grave no serviço de urgência requer uma abordagem multidisciplinar e agressiva:
Avaliação rápida do estado hemodinâmico e respiratório[8]
Reposição volémica com cristaloides e correção de desequilíbrios eletrolíticos[8]
Início de corticosteróides IV (ex.: hidrocortisona ou metilprednisolona)[3][8]
Antibióticos de amplo espectro se houver suspeita de infeção ou megacólon tóxico[3]
Monitorização rigorosa de sinais vitais e exames laboratoriais[8]
Avaliação precoce por gastroenterologia e cirurgia[8]
Consideração de terapias de resgate como ciclosporina ou infliximabe em casos refratários a corticosteróides[3][8]
Preparação para colectomia de emergência em situações de perfuração, megacólon tóxico refratário ou hemorragia maciça[3][8]
A colite ulcerosa é uma doença complexa que exige um diagnóstico e manejo terapêutico completos. O reconhecimento precoce dos sintomas e sinais, aliado a uma avaliação adequada e abordagem apropriada, é essencial para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos doentes afetados por esta condição.
Citações:
[3] https://www.msdmanuals.com/es/professional/trastornos-gastrointestinales/enfermedad-inflamatoria-intestinal-ibd/colitis-ulcerosa
[ 4] https://www.mayoclinic.org/es/diseases-conditions/ulcerative-colitis/symptoms-causes/syc-20353326
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