Colite isquémica
- EmergenciasUNO
- 11 de jun.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A colite isquémica é a forma mais comum de isquemia intestinal, representando entre 60–70% dos casos[4]. Ocorre quando há uma redução ou bloqueio do fluxo sanguíneo para o cólon, podendo provocar lesões no revestimento interno e nas camadas mais profundas da parede intestinal[1][3].
Esta condição afeta principalmente indivíduos com mais de 60 anos e está associada a múltiplos fatores de risco, como doenças cardiovasculares e distúrbios da coagulação[1][2].
Sintomas
Os sintomas mais característicos da colite isquémica incluem:
Dor abdominal cólica, geralmente no quadrante inferior esquerdo[1][7]
Urgência defecatória[7]
Diarreia com sangue (hematoquézia)[1][3]
Náuseas e vómitos[3]
Febre ligeira (geralmente inferior a 37,7 °C)[1]
A tríade clássica de dor abdominal cólica, urgência defecatória e rectorragia está presente em mais de 70% dos casos e é fundamental para orientar o diagnóstico[7].
Sinais clínicos
Durante o exame físico, podem ser observados:
Hipersensibilidade abdominal ligeira na zona afetada[7]
Distensão abdominal nos casos mais graves[7]
Sinais de peritonite nas formas severas com extensão transmural da isquemia[7]
Síndrome da resposta inflamatória sistémica (SRIS) nos casos avançados[7]
Exploração
A avaliação clínica deve incluir:
Palpação abdominal para detetar dor e sensibilidade[1]
Avaliação dos sinais vitais, incluindo temperatura corporal[1]
Exame retal para detetar sangue nas fezes[3]
Exames complementares
Para confirmar o diagnóstico e excluir outras patologias, são recomendados os seguintes exames:
Tomografia Computorizada (TC) abdominal: Fornece imagens detalhadas do cólon e permite excluir outras causas[5][8]
Colonoscopia: Permite visualizar diretamente a mucosa colónica e é essencial para o diagnóstico definitivo[1][5]
Análises laboratoriais: Incluem hemograma completo, painel metabólico e testes de coagulação[3]
Exame de fezes: Para excluir infeções como origem dos sintomas[5][8]
Angiografia por TC: Pode ser útil para identificar a causa e localização da isquemia[6]
Abordagem nas urgências
O tratamento inicial no serviço de urgência deve incluir:
Internamento hospitalar[1][3]
Repouso intestinal: suspensão da ingestão oral nos primeiros dias[1][3]
Hidratação intravenosa: para corrigir desequilíbrios hidroeletrolíticos[1][3][6]
Antibioterapia: para prevenir infeções secundárias[3][6]
Monitorização rigorosa dos sinais vitais e da função renal[3]
Tratamento das patologias subjacentes (ex.: insuficiência cardíaca, arritmias)[5]
Suspensão de medicamentos que possam agravar a isquemia (ex.: vasoconstritores)[5]
Cirurgia urgente em casos graves com sinais de peritonite ou deterioração clínica[2]
A maioria dos doentes com colite isquémica leve a moderada melhora com tratamento conservador em 1–2 semanas[1]. No entanto, é crucial manter vigilância clínica apertada para detetar complicações como perfuração ou necrose que requeiram intervenção cirúrgica imediata[2].
O reconhecimento precoce dos fatores de risco e da apresentação clínica típica, aliado a uma abordagem diagnóstica e terapêutica adequada, é essencial para otimizar o prognóstico destes pacientes[6].
Citações:
[2] https://www.elsevier.es/es-revista-cirugia-espanola-36-articulo-colitis-isquemica-dos-formas-evolucion-13086878
[4] https://revistanefrologia.com/es-colitis-isquemica-una-enfermedad-infradiagnosticada-hemodialisis-articulo-X0211699501013365
[5] https://www.beaconhealthsystem.org/es/libreria/diseases-and-conditions/colitis-isquemica?content_id=CON-20373984
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