Colapso e Síncope
- EmergenciasUNO
- 18 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
O síncope é definido como uma perda súbita e transitória da consciência e do tónus postural, de curta duração e com recuperação espontânea, causada por uma diminuição temporária do fluxo sanguíneo cerebral. Este fenómeno é comum na população geral e pode causar grande preocupação entre doentes e familiares, sendo um motivo frequente de consulta nos serviços de urgência.
Sintomatologia
Os sintomas que antecedem o síncope, conhecidos como pródromos, podem incluir:
Tonturas
Sudorese
Visão turva ou "em túnel"
Palidez
Náuseas
Fraqueza
Palpitações
Estes sintomas constituem o chamado pré-síncope e podem permitir que o doente adote medidas preventivas antes de perder a consciência.
Sinais Clínicos
Os sinais observáveis durante um episódio sincopal incluem:
Perda súbita da consciência
Queda ou colapso
Ausência de tónus postural
Recuperação espontânea em curto espaço de tempo
Em alguns casos, podem ocorrer movimentos musculares breves, que podem ser confundidos com convulsões epilépticas.
Exame Físico
A avaliação física deve ser exaustiva, com particular atenção aos sinais cardiovasculares e neurológicos, incluindo:
Medição dos sinais vitais (frequência cardíaca e pressão arterial) em decúbito e ortostatismo
Auscultação cardíaca para deteção de sopros ou alterações do ritmo
Exame neurológico completo
É fundamental realizar uma anamnese detalhada, recolhendo informação sobre o episódio, fatores desencadeantes, antecedentes pessoais e familiares.
Exames Complementares de Diagnóstico
Os exames recomendados incluem:
Eletrocardiograma (ECG): essencial em todos os doentes com síncope
Monitorização cardíaca: pode incluir Holter ou monitor de eventos
Ecocardiograma: em casos selecionados para avaliação da função cardíaca
Prova de inclinação (Tilt test): útil na suspeita de síncope vasovagal
Análises laboratoriais: para excluir alterações metabólicas ou anemia
Oximetria de pulso: para medir a saturação de oxigénio
Glicemia capilar
Em situações específicas, podem ser necessários exames de imagem do sistema nervoso central ou estudos eletrofisiológicos.
Tratamento de Emergência
A abordagem inicial em urgência deve incluir:
Avaliação imediata dos sinais vitais e do estado de consciência
Colocação do doente em decúbito dorsal com elevação dos membros inferiores se inconsciente
Realização de ECG e monitorização cardíaca
Colheita de anamnese detalhada e exame físico completo
Identificação de sinais de alarme sugestivos de causa cardiogénica
Estratificação do risco para decidir sobre necessidade de internamento ou exames adicionais
Tratamento das causas subjacentes identificadas (por exemplo, correção de distúrbios eletrolíticos ou arritmias)
Educação do doente sobre medidas preventivas no caso de síncope vasovagal
Importa salientar que a maioria dos episódios de síncope é benigna e de origem vasovagal. No entanto, uma pequena percentagem pode ter etiologia cardíaca ou neurológica potencialmente grave, tornando crucial uma avaliação rigorosa no serviço de urgência.
O tratamento do síncope requer uma abordagem sistemática, incluindo avaliação clínica minuciosa, exames complementares apropriados e estratificação do risco, de forma a garantir um tratamento adequado e prevenir complicações futuras.
Citações
[3] https://www.msdmanuals.com/es/hogar/trastornos-del-corazón-y-los-vasos-sanguíneos/síntomas-de-los-trastornos-cardiovasculares/desmayos?ruleredirectid=755
[4] https://www.msdmanuals.com/es/professional/trastornos-cardiovasculares/síntomas-de-las-enfermedades-cardiovasculares/síncope
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