Coagulação Intravascular Disseminada – CID
- EmergenciasUNO
- 12 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A Coagulação Intravascular Disseminada (CID) é uma perturbação grave caracterizada pela ativação anormal e excessiva dos mecanismos de coagulação sanguínea. Este processo patológico pode levar à formação de múltiplos coágulos na microvasculatura e, paradoxalmente, a um estado de hipocoagulabilidade devido ao consumo de fatores de coagulação e plaquetas[1][2].
Sintomas
Os sintomas da CID podem variar conforme a gravidade e rapidez de instalação. Em casos leves a moderados, os pacientes podem apresentar:
Hemorragia em zonas de punção venosa
Petéquias
Hematomas
Púrpura
Em casos graves, podem ocorrer:
Hemorragias intensas em diversos órgãos (pulmões, sistema nervoso central, trato gastrointestinal)
Sangramento em leitos cirúrgicos
Dificuldade respiratória
Confusão ou alterações comportamentais[4][6]
Sinais clínicos
Os sinais da CID refletem fenómenos tanto trombóticos como hemorrágicos:
Sangramento espontâneo ou excessivo após pequenos traumas
Icterícia por hemólise microangiopática
Sinais de falência multiorgânica (renal, hepática, respiratória)
Choque
Cianose ou necrose de extremidades devido à obstrução microvascular[1][4]
Avaliação clínica
Durante o exame físico, o médico deve observar:
Sinais vitais (taquicardia, hipotensão)
Avaliação cutânea para identificar petéquias, equimoses ou hematomas
Exame neurológico para verificar alterações do estado mental
Exploração abdominal para detectar hepatoesplenomegalia
Auscultação cardiopulmonar em busca de sinais de insuficiência cardíaca ou síndrome de angústia respiratória[2][6]
Exames diagnósticos
O diagnóstico de CID baseia-se na combinação de dados clínicos e laboratoriais. Os exames mais relevantes incluem:
Contagem de plaquetas (geralmente baixa)
Tempo de Protrombina (TP) e Tempo de Tromboplastina Parcial Activada (TTPa) prolongados
Fibrinogénio diminuído
Dímero D elevado
Produtos de degradação da fibrina (PDF) aumentados
Esfregaço de sangue periférico (para identificar esquizócitos)
Níveis de fatores de coagulação, especialmente V e VIII[1][4][5]
Pode usar‑se um sistema de pontuação diagnóstica, como o proposto pela International Society on Thrombosis and Haemostasis, que avalia plaquetas, fibrinogénio, TP e dímero D ou PDF[4].
Tratamento em emergências
O tratamento da CID em contexto de urgências deve focar-se em:
Identificar e tratar a causa subjacente (ex: sepse, trauma, cancro)
Suporte hemodinâmico e respiratório
Reposição de componentes sanguíneos:
Plasma fresco congelado, para restabelecer fatores de coagulação
Concentrados de plaquetas, se houver trombocitopénia severa
Crioprecipitado, se o fibrinogénio estiver muito baixo
Anticoagulação com heparina em casos selecionados, especialmente com predominância de fenómenos trombóticos em CID de evolução lenta
Monitorização rigorosa dos parâmetros de coagulação e função orgânica
Tratamento de complicações específicas (ex: hemorragia cerebral, insuficiência renal)[1][2][5]
É crucial lembrar que a CID é sempre secundária a outra condição médica; tratar a causa primária é essencial para a resolução do quadro. O prognóstico depende, em grande parte, da rapidez do diagnóstico, da gravidade da condição subjacente e da prontidão da intervenção terapêutica[2][6].
Citações
[3]https://www.msdmanuals.com/es/hogar/trastornos-de-la-sangre/trastornos-hemorrágicos-debidos-a-trastornos-de-la-coagulación/coagulación-intravascular-diseminada-cid
[4]https://manualclinico.hospitaluvrocio.es/urgencias-de-pediatria/hematologia-urgencias-de-pediatria/coagulacion-intravascular-diseminada/
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