Cetamina
- EmergenciasUNO
- 10 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A cetamina é um fármaco anestésico dissociativo, utilizado em diversas situações clínicas, tanto no contexto hospitalar como pré-hospitalar.
Características Gerais
Fornece analgesia potente em doses subanestésicas
Pode provocar alucinações significativas em adultos (menos frequentes em crianças)
Encontra-se disponível em três concentrações: 10 mg/mL, 50 mg/mL e 100 mg/mL – facilmente confundíveis
Administração por via intramuscular (IM) ou intravenosa (IV), exclusivamente por profissionais com experiência
Indicações e Utilizações Principais
Sedação de crianças para procedimentos menores (ex.: sutura de feridas)
Contexto pré-hospitalar, especialmente em situações de emergência
Anestesia geral em cenários extra-hospitalares, como extricação ou amputação de urgência
Intubação de sequência rápida (RSI) em doentes hipotensos ou com asma aguda
Alternativa à anestesia geral em urgência hospitalar, com excelente analgesia para procedimentos menores em pediatria
Indução anestésica IV em crianças criticamente doentes com sépsis meningocócica, antes de TAC, quando há risco elevado de colapso hemodinâmico
Vias de Administração e Posologia
Adultos – Anestesia Geral
IV: 1–2 mg/kg administrados lentamente (durante 1 minuto)
IM: 10 mg/kg
Doses adicionais (GA):
10–20 mg IV ou 20–50 mg IM
Utilizadas em casos de movimentos intensos ou aumento do tónus muscular que dificultem a extricação
Crianças – Sedação para Procedimentos Menores
IM: 2.5 mg/kg
IV: 1 mg/kg, administrado durante pelo menos 1 minuto
Segunda dose ocasional:
1 mg/kg IM ou 0.5 mg/kg IV
Indução IV (RSI / Asma Aguda)
1–2 mg/kg por via IV
Início e Duração da Ação (Anestesia Geral)
IV: efeito em 2–7 minutos; duração de 5–10 minutos
IM: efeito em 4–15 minutos; duração de 12–25 minutos
Considerações e Precauções
Deve ser administrada apenas por clínicos experientes, com competência para gerir complicações da via aérea
Em crianças, a sedação com cetamina deve ser complementada com anestesia local (para limpeza e sutura)
Doses mais elevadas em crianças induzem sedação mais profunda, mas aumentam o risco de efeitos adversos (ex.: vómitos, agitação na recuperação)
Doses baixas reduzem o risco de agitação; não é necessário associar midazolam
Em sépsis meningocócica pediátrica, considerar uso IV apenas com experiência adequada, devido ao risco de colapso hemodinâmico
Contraindicações (Sedação em Pediatria)
Ingestão de refeição completa nas 3 horas anteriores
Alto risco de laringoespasmo, como em casos de infeção respiratória ativa
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