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Cesariana de Emergência

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A cesariana de emergência é um procedimento cirúrgico realizado quando existe um risco iminente para a vida da mãe ou do feto. Ao contrário da cesariana programada ou urgente, a cesariana de emergência exige uma intervenção imediata devido à gravidade da situação.


Sintomas


Os sintomas que podem indicar a necessidade de uma cesariana de emergência são variados e incluem:


  • Dor abdominal intensa e persistente


  • Hemorragia vaginal abundante


  • Diminuição ou ausência de movimentos fetais


  • Contrações uterinas muito frequentes ou prolongadas


  • Dificuldade respiratória materna


  • Alterações bruscas na pressão arterial materna


É importante destacar que estes sintomas podem surgir isoladamente ou em combinação, e a sua presença requer avaliação médica imediata[1][2].


Sinais clínicos


Os sinais clínicos que podem levar à decisão de realizar uma cesariana de emergência incluem:


  • Bradicardia fetal severa (frequência cardíaca fetal inferior a 100 batimentos por minuto)


  • Prolapso do cordão umbilical


  • Rotura uterina


  • pH fetal inferior a 7,2


  • Descolamento prematuro de placenta severo


  • Placenta prévia com hemorragia ativa


Estes sinais indicam uma ameaça imediata à vida da mãe ou do feto e requerem intervenção cirúrgica urgente[2][5].


Avaliação


A avaliação em casos de possível cesariana de emergência deve ser rápida e precisa, incluindo:


  • Avaliação do estado geral da mãe


  • Monitorização dos sinais vitais maternos


  • Palpação abdominal para avaliar o tónus uterino e a posição fetal


  • Exame vaginal para determinar a dilatação cervical e apresentação fetal


  • Avaliação da frequência cardíaca fetal por monitorização eletrónica


A avaliação deve ser eficiente para não atrasar a intervenção, se necessária[1][4].


Exames diagnósticos


Apesar do tempo ser um fator crítico na cesariana de emergência, alguns exames podem ser realizados rapidamente:


  • Ecografia obstétrica de urgência para avaliar a posição fetal, localização placentária e volume de líquido amniótico


  • Cardiotocografia para avaliar o bem-estar fetal


  • Análises de sangue rápidas para avaliar hemoglobina, coagulação e grupo sanguíneo


  • Gasometria fetal, se possível e se o tempo o permitir


Estes exames fornecem informações valiosas para o manejo da emergência, mas não devem atrasar a intervenção em situações críticas[3][5].


Tratamento de emergência


O manejo de uma cesariana de emergência requer uma abordagem multidisciplinar e ação rápida:


  • Ativação do protocolo de cesariana de emergência, que deve ser realizada em menos de 15 minutos após a sua indicação[2]


  • Preparação rápida do bloco operatório e da equipa cirúrgica


  • Anestesia: geralmente opta-se por anestesia geral pela rapidez da sua indução[1]


  • Técnica cirúrgica: incisão abdominal e uterina rápida, geralmente vertical, para permitir uma extração fetal mais célere[4]


  • Extração fetal e cuidados neonatais imediatos pela equipa de neonatologia


  • Gestão de possíveis complicações maternas como hemorragia ou choque


  • Cuidados pós-operatórios intensivos tanto para a mãe como para o recém-nascido


O sucesso no manejo de uma cesariana de emergência depende em grande parte da rapidez da intervenção e da coordenação eficaz entre os diferentes profissionais envolvidos.

O treino periódico através de simulações é fundamental para melhorar a resposta da equipa nestas situações críticas[6].


A cesariana de emergência é um procedimento crucial em obstetrícia que exige reconhecimento rápido dos sinais e sintomas, avaliação precisa e intervenção imediata.


A preparação adequada e a comunicação eficaz entre os membros da equipa médica são essenciais para garantir os melhores resultados possíveis tanto para a mãe como para o recém-nascido.


Citações



 
 
 

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