Celulite
- EmergenciasUNO
- 11 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A celulite é uma infeção bacteriana que afeta a derme profunda e o tecido celular subcutâneo, localizando-se principalmente nos membros[1][4]. Esta condição representa uma causa significativa de morbilidade e internamento hospitalar, com uma incidência estimada de 200 casos por cada 100.000 pessoas por ano[6].
Sintomas
Os sintomas típicos da celulite incluem:
Dor e sensibilidade na área afetada[8]
Febre acompanhada de arrepios e sudorese[5]
Fadiga[5]
Náuseas e vómitos[5]
Dores musculares e rigidez articular[5]
Em casos mais graves, podem surgir sintomas como tremores, tonturas, confusão mental e sudorese excessiva[8].
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos característicos da celulite são:
Eritema de rápida propagação[7]
Edema ou inflamação cutânea[3][8]
Pele quente ao toque na zona afetada[3][5]
Aparência tensa, brilhante e distendida da pele[5][8]
Possível presença de flictenas ou estrias eritematosas nos casos mais avançados[5][8]
Importa referir que a celulite se distingue da erisipela pela ausência de margens bem definidas[2].
Exploração
Durante o exame físico, o médico poderá observar:
Eritema, calor, sensibilidade e irritação cutânea[5]
Possível exsudação se houver acumulação de pus (abcesso)[5]
Adenopatias reativas (gânglios linfáticos aumentados) próximos da área afetada[5]
É comum a demarcação dos limites do eritema com caneta dermográfica para monitorizar a evolução da infeção[5].
Exames Complementares
Embora o diagnóstico de celulite seja predominantemente clínico, podem ser solicitados os seguintes exames:
Hemoculturas[5]
Hemograma completo (HC)[5]
Cultura de exsudados ou líquidos coletados da área infetada[5]
Radiografia da extremidade, em casos suspeitos de fasceíte necrosante[1]
Ecografia, se houver suspeita de trombose venosa profunda ou abcesso[1]
Nos casos graves ou com suspeita de infeção necrosante dos tecidos moles, devem ser realizados exames adicionais como creatina-cinase (CK), gasometria venosa, lactato, enzimas hepáticas, provas de coagulação e fibrinogénio[1].
Abordagem nas Urgências
O tratamento da celulite em contexto de urgência depende da gravidade do quadro clínico:
Avaliação inicial: Determinar a gravidade utilizando critérios como a síndrome de resposta inflamatória sistémica (SRIS) ou o score qSOFA[9].
Antibioterapia: Os antibióticos sistémicos são o pilar do tratamento, por via oral ou endovenosa[6]. Em casos de celulite não purulenta, recomenda-se penicilina ou cefalosporinas de primeira geração[6].
Manejo de casos graves: Doentes com celulite grave (qSOFA ≥2) ou sinais de sépsis devem receber antibióticos intravenosos e ser internados[8][9].
Exclusão de complicações: É fundamental excluir infeções necrosantes dos tecidos moles, que exigem avaliação cirúrgica urgente[9].
Seguimento: Reavaliação clínica entre 48–72 horas para confirmar a resposta terapêutica[8].
O tratamento eficaz da celulite em contexto de urgência exige uma avaliação clínica rigorosa, escolha adequada de antibióticos e um seguimento próximo para prevenir complicações potencialmente graves.
Citações:
[6] https://www.actasdermo.org/es-actualizacion-el-abordaje-manejo-celulitis-articulo-S0001731018304253
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