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Causas de Hemorragia Vaginal na Gravidez

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A hemorragia vaginal durante a gravidez é uma complicação frequente, afetando aproximadamente 20–30% das grávidas[1]. Embora em muitos casos não represente perigo grave, é essencial realizar uma avaliação minuciosa para excluir condições potencialmente ameaçadoras para a mãe e o feto.


As causas da hemorragia vaginal variam conforme o trimestre gestacional:


Primeiro trimestre:


  • Aborto espontâneo: causa mais comum, responsável por cerca de metade dos casos de hemorragia[1]


  • Gravidez ectópica: representa 18% das hemorragias no primeiro trimestre[3]


  • Doença trofoblástica gestacional[4]


Segundo e terceiro trimestres:


  • Placenta prévia


  • Descolamento prematuro da placenta


  • Vasos pré-placentários[4][5]


Sintomas


Os sintomas associados à hemorragia vaginal na gravidez incluem:


  • Sangramento de intensidade variável, desde spotting a hemorragia profusa


  • Dor abdominal ou pélvica, especialmente em casos de aborto ou gravidez ectópica[1][3]


  • No descolamento placentário: dor abdominal intensa e contrações uterinas[4]


  • Na placenta prévia: hemorragia indolor com sangue vermelho vivo[4]


Sinais Clínicos


A observação física pode revelar:


  • Instabilidade hemodinâmica em casos de hemorragia abundante


  • Útero doloroso à palpação no descolamento placentário


  • Colo uterino dilatado ou com produtos da conceção visíveis em caso de aborto[1][4]


  • Dor à mobilização cervical em gravidez ectópica


Exploração


A avaliação inicial deve incluir:


  • Exame com espéculo para visualizar o colo do útero e avaliar origem e quantidade da hemorragia


  • Avaliação dos sinais vitais maternos


  • Palpação abdominal para deteção de dor, contrações ou avaliação do tamanho uterino[4][5]


Nota: Deve evitar-se o toque vaginal em casos de suspeita de placenta prévia até à realização de ecografia[4].


Exames Diagnósticos


Os exames fundamentais incluem:


  • Ecografia transvaginal: essencial para avaliar a viabilidade fetal, localização placentária e excluir gravidez ectópica[1][4]


  • Dosagem sérica de β-hCG: útil no diagnóstico diferencial no primeiro trimestre[3]


  • Hemograma completo e testes de coagulação[4]


  • Monitorização da frequência cardíaca fetal em gestações avançadas[4][5]


Abordagem em Situações de Emergência


A abordagem na urgência deve seguir os seguintes passos:


  • Avaliação rápida da estabilidade hemodinâmica materna e estabilização, se necessário


  • Determinação da idade gestacional


  • Avaliação do bem-estar fetal em gestações viáveis


  • Realização dos exames diagnósticos pertinentes


Tratamento conforme etiologia:


  • Aborto iminente: abordagem expectante, médica ou cirúrgica


  • Gravidez ectópica: tratamento médico com metotrexato ou cirurgia conforme o caso


  • Placenta prévia ou descolamento: internamento e eventual cesariana de urgência[1][4][5]


É essencial fornecer apoio emocional à paciente e à sua família durante todo o processo diagnóstico e terapêutico.


A hemorragia vaginal na gravidez requer avaliação cuidadosa e gestão personalizada. A identificação precoce de causas potencialmente graves é fundamental para otimizar os desfechos maternos e fetais.


Citações


[6] 


 
 
 

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