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Cataratas

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



As cataratas constituem uma das principais causas de cegueira reversível a nível mundial, caracterizando-se pela opacificação do cristalino, o que compromete a qualidade visual. A seguir, apresentam-se os aspetos fundamentais relacionados com esta condição oftalmológica.


Sintomas


Os sintomas das cataratas incluem visão turva ou enevoada, sensibilidade ao brilho e halos em torno das luzes, dificuldade em ver em ambientes com pouca luz, perda da intensidade das cores e alterações frequentes na prescrição de óculos. Em fases avançadas, a pupila pode apresentar coloração cinzenta ou esbranquiçada. Estes sintomas progridem lentamente e, geralmente, não causam dor.


Sinais clínicos


O sinal clínico mais característico é a opacificação do cristalino, visível como perda de transparência durante o exame oftalmológico. Consoante o tipo de catarata (nuclear, subcapsular posterior ou cortical), podem observar-se diferentes padrões de opacificação. Por exemplo, as cataratas nucleares tendem a adquirir tonalidade amarelada ou acastanhada, enquanto as subcapsulares formam placas opacas na superfície posterior do cristalino.


Exame clínico


A avaliação oftalmológica inclui um exame completo com lâmpada de fenda para observar o estado do cristalino e de outras estruturas oculares. Também é realizada uma avaliação do fundo ocular com dilatação pupilar para excluir patologias concomitantes, como degenerescência macular ou glaucoma. A retinoscopia pode revelar um reflexo atenuado devido à opacidade do cristalino.


Exames complementares


  • Acuidade visual: Avalia o impacto funcional da catarata.


  • Biometria: Utilizada para calcular a potência da lente intraocular antes da cirurgia.


  • Tomografia de Coerência Óptica (OCT): Auxilia na avaliação da mácula quando esta não é diretamente visível.


  • Ecografia modo B: Indicada quando o fundo ocular não é visível devido a cataratas densas.


  • Tonometria: Para excluir glaucoma associado.


Manejo em situações de emergência


Apesar de raramente constituírem uma emergência médica, as cataratas podem originar complicações agudas, como glaucoma de ângulo fechado secundário à inflamação do cristalino. Nestes casos, é necessário tratamento imediato para reduzir a pressão intraocular, com recurso a medicamentos ou intervenções cirúrgicas urgentes.


Durante cirurgias complicadas, como rutura da cápsula posterior com perda vítrea, é fundamental estabilizar o globo ocular com técnicas específicas e encaminhar o doente a um especialista em retina, se necessário.


As cataratas são uma condição tratável, cuja deteção precoce e tratamento adequado podem prevenir complicações graves e melhorar significativamente a qualidade de vida do doente.

 
 
 

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