top of page

Capsulite Adesiva (Ombro Congelado)

MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES



A capsulite adesiva, também conhecida como ombro congelado, é uma condição caracterizada pelo espessamento e retração da cápsula articular do ombro, resultando numa restrição progressiva dos movimentos da articulação.


Esta condição afeta principalmente indivíduos entre os 40 e os 60 anos, sendo mais prevalente em mulheres e em pessoas com doenças metabólicas, como a diabetes mellitus. A capsulite adesiva evolui em três fases clínicas:


  1. Fase dolorosa (inflamatória),


  2. Fase de rigidez (adesiva),


  3. Fase de recuperação (resolução).


Diagnóstico


O diagnóstico baseia-se numa história clínica de dor no ombro de início insidioso que se agrava progressivamente, acompanhada por limitação da mobilidade articular.


Na fase inicial, a dor é predominante, enquanto nas fases mais avançadas a restrição global do movimento — ativa e passiva — torna-se mais evidente, particularmente na abdução e rotação externa.


As radiografias são geralmente normais, servindo para excluir outras patologias. A ressonância magnética (RM) pode mostrar espessamento capsular e é útil na avaliação diferencial.


Diagnóstico Diferencial


Patologia

Características

Tendinite da coifa dos rotadores

Dor ao movimento, sem rigidez articular significativa

Artrose do ombro

Dor crónica e rigidez com alterações degenerativas visíveis na radiografia

Síndrome de impacto subacromial

Dor com elevação do braço, sem limitação severa da mobilidade passiva

Rotura da coifa dos rotadores

Fraqueza importante, mas sem rigidez global

Abordagem de Emergência


A abordagem inicial inclui a administração de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e analgésicos para controlo da dor. Infiltrações intra-articulares de corticosteroides podem ser eficazes na redução da inflamação e na melhoria temporária da mobilidade.


Deve evitar-se a imobilização prolongada do ombro, uma vez que esta pode agravar a rigidez.


Tratamento Definitivo


O tratamento é essencialmente conservador, com foco na fisioterapia progressiva para restaurar o arco de movimento e melhorar a funcionalidade articular. Os exercícios de alongamento e fortalecimento são fundamentais, especialmente na fase de recuperação.


Nos casos mais graves ou refratários, pode ser considerada a manipulação sob anestesia geral ou a libertação capsular por artroscopia, que permite a disrupção das aderências fibrosas da cápsula articular.


A recuperação total pode demorar vários meses, sendo a reabilitação funcional estruturada um componente essencial para evitar complicações e garantir o retorno à funcionalidade completa do ombro.

 
 
 

Comentários


bottom of page