Capsulite Adesiva (Ombro Congelado)
- EmergenciasUNO

- 18 de jul.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES
A capsulite adesiva, também conhecida como ombro congelado, é uma condição caracterizada pelo espessamento e retração da cápsula articular do ombro, resultando numa restrição progressiva dos movimentos da articulação.
Esta condição afeta principalmente indivíduos entre os 40 e os 60 anos, sendo mais prevalente em mulheres e em pessoas com doenças metabólicas, como a diabetes mellitus. A capsulite adesiva evolui em três fases clínicas:
Fase dolorosa (inflamatória),
Fase de rigidez (adesiva),
Fase de recuperação (resolução).
Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se numa história clínica de dor no ombro de início insidioso que se agrava progressivamente, acompanhada por limitação da mobilidade articular.
Na fase inicial, a dor é predominante, enquanto nas fases mais avançadas a restrição global do movimento — ativa e passiva — torna-se mais evidente, particularmente na abdução e rotação externa.
As radiografias são geralmente normais, servindo para excluir outras patologias. A ressonância magnética (RM) pode mostrar espessamento capsular e é útil na avaliação diferencial.
Diagnóstico Diferencial
Patologia | Características |
Tendinite da coifa dos rotadores | Dor ao movimento, sem rigidez articular significativa |
Artrose do ombro | Dor crónica e rigidez com alterações degenerativas visíveis na radiografia |
Síndrome de impacto subacromial | Dor com elevação do braço, sem limitação severa da mobilidade passiva |
Rotura da coifa dos rotadores | Fraqueza importante, mas sem rigidez global |
Abordagem de Emergência
A abordagem inicial inclui a administração de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e analgésicos para controlo da dor. Infiltrações intra-articulares de corticosteroides podem ser eficazes na redução da inflamação e na melhoria temporária da mobilidade.
Deve evitar-se a imobilização prolongada do ombro, uma vez que esta pode agravar a rigidez.
Tratamento Definitivo
O tratamento é essencialmente conservador, com foco na fisioterapia progressiva para restaurar o arco de movimento e melhorar a funcionalidade articular. Os exercícios de alongamento e fortalecimento são fundamentais, especialmente na fase de recuperação.
Nos casos mais graves ou refratários, pode ser considerada a manipulação sob anestesia geral ou a libertação capsular por artroscopia, que permite a disrupção das aderências fibrosas da cápsula articular.
A recuperação total pode demorar vários meses, sendo a reabilitação funcional estruturada um componente essencial para evitar complicações e garantir o retorno à funcionalidade completa do ombro.

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