Cólica Renal Ureteral – Cólica Renal
- EmergenciasUNO
- há 5 dias
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A cólica renal ureteral, também conhecida simplesmente por cólica renal, é uma das principais causas de urgência nefrológica, com alta incidência na população. Entre 10–20 % das pessoas sofrerão um episódio de cólica renal ao longo da vida[2]. Esta condição caracteriza-se por dor intensa e súbita provocada pela obstrução aguda do fluxo urinário, geralmente devido à presença de cálculos renais.
Sintomas
O sintoma principal da cólica renal é uma dor intensa e súbita no flanco ou na região lombar[1]. Normalmente unilateral, a dor pode irradiar-se para o abdómen inferior, virilhas, testículos ou grandes lábios[1][6]. Outros sintomas frequentes incluem:
Náuseas e vómitos
Mal-estar geral
Hematúria (sangue na urina)
Urgência e frequência urinária
Disúria (dor ao urinar)
A intensidade da dor pode variar, ocorrendo em ondas que aumentam progressivamente até atingir um pico antes de diminuir[7].
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos relevantes incluem:
Percussão renal positiva (sinal de puño-percussão)
Inquietação e agitação do paciente devido à dor intensa
Sudorese
Palidez cutânea
Taquicardia
Pode também haver íleo reflexo, evidenciado por diminuição do peristaltismo intestinal[4].
Exploração Clínica
A avaliação física deve incluir:
Avaliação do estado geral e sinais vitais
Palpação abdominal, com ênfase nos flancos e região suprapúbica
Percussão renal bilateral
Exame dos genitais externos para identificar sinais de irradiação da dor
É essencial realizar uma avaliação completa para excluir outras patologias que possam simular uma cólica renal[1].
Exames Complementares
O diagnóstico baseia-se sobretudo na apresentação clínica, mas podem realizar-se os seguintes exames:
Análise de urina: para detectar hematúria e excluir infeção urinária[1][3]
Análises da função renal: incluindo creatinina sérica e eletrólitos[1]
Imagiologia:
Tomografia computorizada sem contraste (TCSC): considera-se exame de eleição devido à sua elevada precisão diagnóstica[5]
Ecografia: útil como técnica inicial, especialmente em jovens ou grávidas, por não utilizar radiação[5]
Radiografia simples: pode auxiliar na deteção de cálculos radiopacos[5]
Maneio em Emergência
O tratamento em urgências centra-se no controlo da dor e na avaliação da necessidade de intervenção urológica imediata:
Controlo da dor:
Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) como primeira linha de tratamento[1][6]
Opioides em casos de dor intensa ou quando os AINEs são contraindicados[6]
Hidratação:
Administração de líquidos intravenosos para garantir um bom fluxo urinário[6]
Tratamento dos sintomas associados:
Antieméticos para controlar náuseas e vómitos[6]
Avaliação de complicações:
Excluir obstrução completa ou infeção do trato urinário[1]
Terapia médica expulsiva:
Considerar alfabloqueantes para facilitar a expulsão de pequenos cálculos[6]
Derivação urológica:
Em casos de obstrução completa, infeção, dor incontrolável ou falência renal aguda[1][6]
Citações
Comments