Bursite do Olécrano
- EmergenciasUNO

- 17 de jul.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES
A bursite do olécrano corresponde à inflamação da bursa olecraniana, uma bolsa sinovial localizada entre o olécrano (parte posterior da ulna no cotovelo) e a pele, que atua como um amortecedor mecânico.
Pode ter origem em microtraumatismos repetitivos (ex. apoiar os cotovelos durante longos períodos), em infeções bacterianas, doenças inflamatórias sistémicas (como a artrite reumatoide), ou ainda idiopaticamente (sem causa identificável).
A apresentação típica inclui tumefação visível e dor localizada na região posterior do cotovelo, com possível limitação funcional.
Diagnóstico
O diagnóstico é predominantemente clínico, baseado em:
História de tumefação e dor posterior no cotovelo;
Presença de massa flutuante e compressível à palpação.
Na bursite séptica, observam-se eritema, calor local e febre sistémica. Podem ser solicitadas:
Radiografias para excluir fraturas ou corpos estranhos;
Aspirado do conteúdo da bursa, com análise laboratorial (citologia, cultura, pesquisa de cristais), em caso de suspeita de infeção.
Diagnóstico Diferencial
Patologia | Características Clínicas |
Epicondilite lateral | Dor na face lateral do cotovelo, associada a movimentos repetitivos do punho. |
Fratura do olécrano | Dor intensa após trauma direto, com possível deformidade visível e confirmação radiográfica. |
Artrite séptica | Dor articular intensa, febre, articulação quente e aspeto purulento do líquido sinovial. |
Gota | Dor súbita e intensa, tumefação articular, presença de cristais de urato no líquido articular. |
Tendinopatia do tricípite | Dor posterior no cotovelo, geralmente sem edema visível ou massa flutuante. |
Abordagem em Urgência
O tratamento inicial inclui:
Administração de AINEs para controlo da dor e inflamação;
Aplicação local de gelo nas primeiras 48 horas;
Imobilização temporária do cotovelo em casos sintomáticos.
Se houver suspeita de bursite séptica, está indicada a aspiração da bursa para análise laboratorial e eventual drenagem terapêutica.
Tratamento Definitivo
Bursite não infecciosa:
Repouso articular e evicção de apoio direto no cotovelo;
Continuação de AINEs e, em alguns casos, uso de almofada protetora para prevenir recidivas.
Bursite séptica:
Requer drenagem do conteúdo da bursa;
Antibioterapia empírica, posteriormente ajustada ao antibiograma.
Nos casos crónicos ou recorrentes, refratários ao tratamento conservador, poderá ser indicada a bursectomia (remoção cirúrgica da bursa).

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