top of page

Bursite do Olécrano

MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES



A bursite do olécrano corresponde à inflamação da bursa olecraniana, uma bolsa sinovial localizada entre o olécrano (parte posterior da ulna no cotovelo) e a pele, que atua como um amortecedor mecânico.


Pode ter origem em microtraumatismos repetitivos (ex. apoiar os cotovelos durante longos períodos), em infeções bacterianas, doenças inflamatórias sistémicas (como a artrite reumatoide), ou ainda idiopaticamente (sem causa identificável).


A apresentação típica inclui tumefação visível e dor localizada na região posterior do cotovelo, com possível limitação funcional.


Diagnóstico


O diagnóstico é predominantemente clínico, baseado em:


  • História de tumefação e dor posterior no cotovelo;


  • Presença de massa flutuante e compressível à palpação.


Na bursite séptica, observam-se eritema, calor local e febre sistémica. Podem ser solicitadas:


  • Radiografias para excluir fraturas ou corpos estranhos;


  • Aspirado do conteúdo da bursa, com análise laboratorial (citologia, cultura, pesquisa de cristais), em caso de suspeita de infeção.


Diagnóstico Diferencial

Patologia

Características Clínicas

Epicondilite lateral

Dor na face lateral do cotovelo, associada a movimentos repetitivos do punho.

Fratura do olécrano

Dor intensa após trauma direto, com possível deformidade visível e confirmação radiográfica.

Artrite séptica

Dor articular intensa, febre, articulação quente e aspeto purulento do líquido sinovial.

Gota

Dor súbita e intensa, tumefação articular, presença de cristais de urato no líquido articular.

Tendinopatia do tricípite

Dor posterior no cotovelo, geralmente sem edema visível ou massa flutuante.

Abordagem em Urgência


O tratamento inicial inclui:


  • Administração de AINEs para controlo da dor e inflamação;


  • Aplicação local de gelo nas primeiras 48 horas;


  • Imobilização temporária do cotovelo em casos sintomáticos.


Se houver suspeita de bursite séptica, está indicada a aspiração da bursa para análise laboratorial e eventual drenagem terapêutica.


Tratamento Definitivo


  • Bursite não infecciosa:


    • Repouso articular e evicção de apoio direto no cotovelo;


    • Continuação de AINEs e, em alguns casos, uso de almofada protetora para prevenir recidivas.


  • Bursite séptica:


    • Requer drenagem do conteúdo da bursa;


    • Antibioterapia empírica, posteriormente ajustada ao antibiograma.


Nos casos crónicos ou recorrentes, refratários ao tratamento conservador, poderá ser indicada a bursectomia (remoção cirúrgica da bursa).

 
 
 

Comentários


bottom of page