Avaliação do risco de suicídio
- EmergenciasUNO
- há 7 dias
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A avaliação do risco de suicídio é um processo crucial na prática clínica para identificar e prevenir potenciais comportamentos autolesivos. Este artigo aborda os aspetos-chave desta avaliação, incluindo sintomas, sinais clínicos, exame, exames complementares e abordagem em situações de emergência.
Sintomas
Os sintomas que podem indicar um risco elevado de suicídio incluem:
Sentimentos de desesperança e falta de propósito
Isolamento social e evitação de situações sociais
Alterações significativas nos padrões de sono e alimentação
Aumento no consumo de álcool ou drogas
Variações emocionais extremas
Ansiedade elevada[3]
É importante salientar que estes sintomas podem variar em intensidade e apresentação, e a sua presença nem sempre implica risco iminente de suicídio.
Sinais clínicos
Os sinais clínicos que podem alertar para um risco suicida incluem:
Verbalização de ideias ou intenções suicidas
Comportamentos suspeitos como aquisição de armas ou acumulação de medicamentos
Oferta de bens pessoais ou elaboração de testamentos
Alterações súbitas de comportamento ou humor
Antecedentes de tentativas de suicídio[1][3]
Estes sinais devem ser levados a sério e requerem avaliação imediata por um profissional de saúde mental.
Exame clínico
A avaliação do risco suicida deve incluir:
Avaliação da ideação suicida: frequência, intensidade e especificidade dos pensamentos suicidas
Exame do estado mental: presença de perturbações psiquiátricas, especialmente depressão, perturbação bipolar ou esquizofrenia
Avaliação de fatores de risco: antecedentes familiares, doenças crónicas, problemas legais ou financeiros, perdas recentes
Avaliação de fatores protetores: apoio social, estratégias de coping, crenças religiosas[1][6]
Exames complementares de diagnóstico
Os exames utilizados para avaliar o risco de suicídio incluem:
Questionário de Saúde do Paciente-9 (PHQ-9): avalia a gravidade da depressão
Perguntas de Avaliação do Suicídio (ASQ): ferramenta de rastreio rápido
Escala de Desesperança de Beck (BHS): mede o nível de desesperança, um fator de risco importante[3][4]
Estas ferramentas devem ser usadas em conjunto com a avaliação clínica e não como substituto da mesma.
Abordagem em Emergência
A gestão em contexto de urgência de um paciente com risco suicida implica:
Avaliação imediata da segurança do paciente
Realização de exame físico para excluir causas orgânicas
Anamnese detalhada que inclua:
Grau de letalidade da tentativa (se existente)
Premeditação e finalidade do ato suicida
Avaliação do contexto e planos futuros[5]
Implementação de medidas de segurança:
Internamento em casos de alto risco
Elaboração de um plano de segurança em situações de risco moderado
Acompanhamento próximo e psicoterapia[3]
Consideração de tratamento farmacológico, como antidepressivos, com especial precaução em jovens devido ao possível aumento inicial do risco suicida[3].
A avaliação do risco de suicídio é um processo complexo que exige uma abordagem multidimensional.
A combinação de uma avaliação clínica exaustiva, utilização de ferramentas de rastreio validadas e uma gestão adequada em situações de emergência pode contribuir significativamente para a prevenção do suicídio.
É fundamental que os profissionais de saúde estejam devidamente capacitados para reconhecer e intervir nestes casos com a sensibilidade e urgência que requerem.
Citações
[6] https://www.elsevier.es/es-revista-revista-medica-clinica-las-condes-202-articulo-evaluacion-del-riesgo-suicidio-enfoque-S0716864012703553
[7] https://www.clinicalascondes.cl/Dev_CLC/media/Imagenes/PDF revista médica/2012/5 sept/11_Dr–Alejandro-Gomez-C.-4.pdf
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