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Avaliação do risco de suicídio

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A avaliação do risco de suicídio é um processo crucial na prática clínica para identificar e prevenir potenciais comportamentos autolesivos. Este artigo aborda os aspetos-chave desta avaliação, incluindo sintomas, sinais clínicos, exame, exames complementares e abordagem em situações de emergência.


Sintomas


Os sintomas que podem indicar um risco elevado de suicídio incluem:


  • Sentimentos de desesperança e falta de propósito


  • Isolamento social e evitação de situações sociais


  • Alterações significativas nos padrões de sono e alimentação


  • Aumento no consumo de álcool ou drogas


  • Variações emocionais extremas


  • Ansiedade elevada[3]


É importante salientar que estes sintomas podem variar em intensidade e apresentação, e a sua presença nem sempre implica risco iminente de suicídio.


Sinais clínicos


Os sinais clínicos que podem alertar para um risco suicida incluem:


  • Verbalização de ideias ou intenções suicidas


  • Comportamentos suspeitos como aquisição de armas ou acumulação de medicamentos


  • Oferta de bens pessoais ou elaboração de testamentos


  • Alterações súbitas de comportamento ou humor


  • Antecedentes de tentativas de suicídio[1][3]


Estes sinais devem ser levados a sério e requerem avaliação imediata por um profissional de saúde mental.


Exame clínico


A avaliação do risco suicida deve incluir:


  • Avaliação da ideação suicida: frequência, intensidade e especificidade dos pensamentos suicidas


  • Exame do estado mental: presença de perturbações psiquiátricas, especialmente depressão, perturbação bipolar ou esquizofrenia


  • Avaliação de fatores de risco: antecedentes familiares, doenças crónicas, problemas legais ou financeiros, perdas recentes


  • Avaliação de fatores protetores: apoio social, estratégias de coping, crenças religiosas[1][6]


Exames complementares de diagnóstico


Os exames utilizados para avaliar o risco de suicídio incluem:


  • Questionário de Saúde do Paciente-9 (PHQ-9): avalia a gravidade da depressão


  • Perguntas de Avaliação do Suicídio (ASQ): ferramenta de rastreio rápido


  • Escala de Desesperança de Beck (BHS): mede o nível de desesperança, um fator de risco importante[3][4]


Estas ferramentas devem ser usadas em conjunto com a avaliação clínica e não como substituto da mesma.


Abordagem em Emergência


A gestão em contexto de urgência de um paciente com risco suicida implica:


  • Avaliação imediata da segurança do paciente


  • Realização de exame físico para excluir causas orgânicas


  • Anamnese detalhada que inclua:


    • Grau de letalidade da tentativa (se existente)


    • Premeditação e finalidade do ato suicida


    • Avaliação do contexto e planos futuros[5]


Implementação de medidas de segurança:


  • Internamento em casos de alto risco


  • Elaboração de um plano de segurança em situações de risco moderado


  • Acompanhamento próximo e psicoterapia[3]


Consideração de tratamento farmacológico, como antidepressivos, com especial precaução em jovens devido ao possível aumento inicial do risco suicida[3].


A avaliação do risco de suicídio é um processo complexo que exige uma abordagem multidimensional.


A combinação de uma avaliação clínica exaustiva, utilização de ferramentas de rastreio validadas e uma gestão adequada em situações de emergência pode contribuir significativamente para a prevenção do suicídio.


É fundamental que os profissionais de saúde estejam devidamente capacitados para reconhecer e intervir nestes casos com a sensibilidade e urgência que requerem.


Citações




 
 
 

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