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Aspirina

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A aspirina, também conhecida como ácido acetilsalicílico (AAS), é um medicamento amplamente utilizado com efeitos analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios ligeiros.


Ações Terapêuticas


É um analgésico eficaz para:


  • Cefaleias


  • Dor musculoesquelética


  • Dismenorreia


Possui também ação:


  • Antipirética (reduz a febre)


  • Anti-inflamatória leve


As formulações standard contêm 300 mg de ácido acetilsalicílico por comprimido.


Posologia (Adultos)


  • Para analgesia: 300 a 900 mg por via oral, a cada 4 a 6 horas


  • Dose máxima diária: 4 g


Utilizações Específicas em Contexto de Urgência

Síndromes Coronários Agudos (Enfarte Agudo do Miocárdio – EAM)


  • Em contexto de EAM, deve ser administrada aspirina 300 mg para mastigar e engolir o mais precocemente possível


  • Em casos de EAM com supradesnivelamento do segmento ST (STEMI), se ainda não administrada, é obrigatória uma dose de ataque de 300 mg


  • Após o evento agudo (STEMI ou NSTEMI), deve manter-se aspirina 75 mg VO diariamente de forma indefinida


Acidente Vascular Cerebral (AVC)


  • Após exclusão de hemorragia intracraniana, todos os doentes devem receber 300 mg de aspirina o mais rapidamente possível


  • Se o doente não conseguir engolir, pode ser administrada por via retal


  • Em caso de alergia à aspirina, deve usar-se um antiagregante alternativo como o clopidogrel


  • Em doentes com próteses valvulares e AVC incapacitante em que foi suspensa a varfarina, iniciar aspirina 300 mg/dia durante 7 dias


Precauções e Contraindicações

Populações Especiais:


  • Crianças <16 anos: contraindicado (risco de síndrome de Reye)


  • Amamentação: contraindicado


Interações medicamentosas:


  • Varfarina


  • Alguns anticonvulsivantes


  • Diversos outros fármacos com risco hemorrágico


Condições clínicas de risco:


  • Pode exacerbar a asma


  • Risco de irritação gástrica


  • Raramente, pode causar reacções anafiláticas


  • Em casos de porfiria, deve consultar-se o compêndio terapêutico antes de prescrever


  • Deve assegurar-se um intervalo superior a 2 horas entre a ingestão de aspirina e uma transfusão de plaquetas


Toxicidade e Intoxicação por Salicilatos


Doses Tóxicas:


  • ≥150 mg/kg → toxicidade ligeira


  • ≥500 mg/kg → intoxicação grave e potencialmente fatal


  • Pode ocorrer intoxicação por absorção cutânea (ex: pomadas com salicilatos)


Sintomas comuns:


  • Vómitos


  • Zumbidos (tinnitus)


  • Hipoacusia


  • Sudorese


  • Vasodilatação


  • Hiperventilação


  • Desidratação


  • Possível hipocalemia


Intoxicação grave:


  • Confusão


  • Coma


  • Convulsões


  • Salicilato >700 mg/L (5,1 mmol/L), acidose ou sinais neurológicos → risco elevado de morte


Tratamento da Intoxicação Moderada


  • Reposição de fluidos IV para corrigir desidratação e promover excreção renal


  • Bicarbonato de sódio 1,26% IV para alcalinização urinária→ Objetivo: pH urinário >7,5 (ideal 8,0–8,5)→ Aumenta a eliminação de salicilato


  • Monitorização analítica:


    • Níveis séricos de salicilato


    • Função renal


    • Eletrólitos (corrigir potássio conforme necessário)


Tratamento da Intoxicação Grave


  • Procurar apoio especializado urgente


  • Considerar hemodiálise em casos de intoxicação severa


  • Corrigir acidose metabólica


  • Administrar carvão ativado em doses repetidas por sonda nasogástrica


  • Em caso de coma ou hiperventilação grave, considerar paralisia e ventilação com pressão positiva intermitente (IPPV)


  • Administrar glucose IV


  • Não utilizar diurese forçada



 
 
 

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