Artrite Reumatoide
- EmergenciasUNO

- 15 de jul.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES
A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune crónica que provoca inflamação sinovial persistente, afetando principalmente as pequenas articulações das mãos e dos pés.
Caracteriza-se por dor, edema, rigidez matinal prolongada e erosão articular progressiva, o que pode levar a deformidades e incapacidade funcional. A AR manifesta-se geralmente de forma simétrica e pode apresentar manifestações sistémicas, como fadiga, febrícula e envolvimento extra-articular (pulmões, olhos, pele).
Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se na presença de sinais clínicos de poliartrite simétrica, rigidez matinal superior a uma hora, e achados ao exame físico como inflamação e dor à palpação das articulações.
A confirmação laboratorial inclui a deteção de fator reumatoide (FR) e anticorpos anti-CCP (peptídeo cíclico citrulinado), presentes na maioria dos doentes com AR. É frequente a elevação de marcadores inflamatórios como a velocidade de sedimentação globular (VSG) e a proteína C reativa (PCR).
Radiografias podem evidenciar erosões ósseas e redução do espaço articular em fases mais avançadas.
Diagnóstico Diferencial
Condição | Características Distintivas |
Osteoartrose | Dor articular crónica não inflamatória, sem rigidez prolongada, ausência de envolvimento simétrico das pequenas articulações |
Lúpus eritematoso sistémico | Afeção multissistémica, serologias positivas (ANA, anti-DNA), presença de exantema malar |
Gota | Crises agudas, cristais de urato no líquido sinovial, geralmente monoarticular |
Artrite psoriática | Associada a psoríase, padrão assimétrico, atinge preferencialmente articulações distais dos dedos |
Artrite reativa | História de infeção prévia (urinária ou gastrointestinal), padrão assimétrico, predomínio nos membros inferiores |
Abordagem na Urgência
O tratamento de emergência foca-se no controlo da dor e da inflamação. Utilizam-se anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) para alívio sintomático, e, em certos casos, corticosteroides orais ou intra-articulares para atenuar a inflamação aguda.
Em casos de exacerbação grave, pode ser necessária internamento hospitalar para ajuste da terapêutica de base. Nas situações agudas, é essencial avaliar o risco de dano articular severo ou complicações sistémicas, como envolvimento pulmonar ou cardiovascular, que exigem intervenção imediata.
Tratamento Definitivo
O tratamento definitivo da artrite reumatoide assenta no uso de fármacos antirreumáticos modificadores da doença (DMARDs), como metotrexato, leflunomida ou sulfassalazina, com o objetivo de travar a progressão da patologia.

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