Apendagite Epiploica
- EmergenciasUNO
- 11 de jun.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A apendagite epiploica, também conhecida como apendicite epiploica, é uma condição inflamatória benigna e autolimitada que afeta os apêndices epiploicos do cólon.
Estes apêndices são pequenas estruturas pediculadas preenchidas com gordura, de 0,5 a 5 cm de comprimento, situadas na superfície serosa do cólon[4].
Apesar de ser relativamente rara, a apendagite epiploica é uma causa importante de dor abdominal aguda que pode simular patologias mais graves, como a apendicite ou a diverticulite[1][3].
Sintomas
O principal sintoma da apendagite epiploica é a dor abdominal aguda, geralmente:
De início súbito e localização definida[5]
De intensidade moderada a severa[3]
Agravada com o movimento ou respiração profunda[5]
Mais frequentemente localizada no quadrante inferior esquerdo, mas também pode ocorrer no lado direito[1][5]
É importante salientar que, ao contrário de outras patologias abdominais agudas, a apendagite epiploica geralmente não se acompanha de:
Febre
Náuseas ou vómitos
Alterações no trânsito intestinal[7]
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos podem ser subtis e inespecíficos, mas incluem:
Sensibilidade localizada na área afetada à palpação[5]
Presença possível de massa palpável em casos mais avançados[3]
Sinais de irritação peritoneal, geralmente menos marcados do que noutras condições inflamatórias intra-abdominais[7]
Exploração
Durante o exame físico, podem ser observados:
Abdómen macio e depressível[7]
Dor à palpação profunda, mais comum na fossa ilíaca esquerda[7]
Sinal de Dumphy positivo (dor agravada com a tosse)[3]
Ausência de sinais de peritonite generalizada[1]
Exames Complementares
O diagnóstico baseia-se essencialmente em exames de imagem, já que os exames laboratoriais são frequentemente normais ou inespecíficos[6].
Tomografia Computorizada (TC) – método de eleição para o diagnóstico[1]. Achados típicos incluem:
Lesão oval de baixa densidade (gordura) adjacente ao cólon[8]
Halo periférico hiperdenso[8]
Área central hiperdensa, sugerindo trombose venosa[8]
Espessamento do peritoneu parietal adjacente[7]
Ecografia abdominal – pode revelar uma massa ovalada, não compressível e hiperecogénica[6]
Exames laboratoriais – geralmente normais, sem leucocitose significativa nem elevação de marcadores inflamatórios[7]
Abordagem nas Urgências
A abordagem da apendagite epiploica no serviço de urgência é principalmente conservadora, uma vez que a condição é autolimitada[5]. O tratamento inclui:
Analgesia – administração de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) para controlo da dor[7]
Observação clínica – monitorizar a evolução dos sintomas para excluir complicações[5]
Educação do doente – esclarecer quanto ao carácter benigno e auto-limitado da condição[5]
Seguimento em consulta externa – garantir resolução completa do quadro[7]
Antibioterapia (opcional) – pode ser considerada em alguns casos para prevenir infeções secundárias[7]
Evitar cirurgia desnecessária – o diagnóstico correto evita laparotomias ou laparoscopias exploratórias desnecessárias[3]
A apendagite epiploica é uma causa relevante de dor abdominal aguda e requer elevado índice de suspeição clínica. O reconhecimento dos seus sinais clínicos e radiológicos é essencial para evitar intervenções cirúrgicas desnecessárias e garantir um tratamento adequado em contexto de emergência.
Citações:
[4] https://www.elsevier.es/es-revista-gastroenterologia-hepatologia-14-articulo-apendagitis-epiploica-una-causa-infradiagnosticada-S0210570511001336
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