Anemia falciforme
- EmergenciasUNO
- 12 de jun.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A anemia falciforme, também conhecida como drepanocitose ou anemia das células falciformes, é uma doença genética hereditária caracterizada pela presença de glóbulos vermelhos anormais em forma de foice. Esta condição afeta principalmente pessoas com ascendência africana e causa uma anemia hemolítica crónica com diversas complicações sistémicas[1][2].
Sintomas
Os sintomas surgem geralmente após os 4 meses de idade e variam em gravidade entre os indivíduos. Os mais comuns incluem:
Fadiga e fraqueza devido à anemia crónica[1][3]
Crises de dor aguda nos ossos longos, abdómen, tórax e articulações[1][2]
Dificuldade respiratória[3]
Palidez[3]
Icterícia (coloração amarelada da pele e olhos)[1][3]
Atraso no crescimento e puberdade[3]
Infecções recorrentes[3]
Sinais clínicos
Nos pacientes com anemia falciforme, os sinais clínicos observáveis incluem:
Hepatoesplenomegalia, especialmente em crianças[2]
Cardiomegalia e sopros cardíacos[1][2]
Úlceras crónicas nos tornozelos[2]
Priapismo (ereção dolorosa e prolongada)[3]
Alterações visuais ou cegueira[3]
Confusão ou défices cognitivos devido a micro-infartos cerebrais[3]
Avaliação clínica
Durante o exame físico, o médico deve estar atento a:
Sinais de anemia como palidez e taquicardia[1][3]
Icterícia na pele e escleróticas[1][3]
Esplenomegalia em crianças ou atrofia esplénica em adultos[2]
Deformidades ósseas, especialmente nas mãos e pés[1]
Úlceras nas pernas[3]
Sinais de insuficiência cardíaca[2]
Exames complementares
O diagnóstico da anemia falciforme baseia-se em:
Esfregaço de sangue periférico: mostra glóbulos vermelhos em forma de foice[2]
Eletroforese de hemoglobina: detecta a presença de hemoglobina S[1][2]
Testes de solubilidade da hemoglobina[2]
Análises genéticas para confirmar o genótipo[2]
Hemograma completo: avalia o grau de anemia e outros parâmetros sanguíneos[2][3]
Bilirrubina sérica: geralmente elevada devido à hemólise[2]
Em recém-nascidos, realiza-se rastreio por eletroforese da hemoglobina[2].
Manejo em emergências
O tratamento das crises falciformes em contexto de urgência inclui:
Administração de oxigénio e fluidos intravenosos[1]
Analgesia adequada para controlo da dor[1][3]
Transfusões sanguíneas em casos de anemia grave ou complicações específicas[1][3]
Antibióticos se houver suspeita de infecção[3]
Avaliação e tratamento das complicações agudas, como:
Síndrome torácico agudo: requer oxigenoterapia, antibióticos e possível transfusão[4]
Sequestro esplénico: exige reanimação com fluidos e transfusão urgente[4]
Acidente vascular cerebral: necessita avaliação neurológica imediata e intervenção[4]
Priapismo: intervenção urgente para prevenir impotência[4]
Monitorização rigorosa dos sinais vitais e parâmetros hematológicos[2][4]
A anemia falciforme é uma doença complexa que exige um enfoque multidisciplinar. O reconhecimento precoce dos sintomas e sinais, juntamente com um diagnóstico preciso e tratamento atempado das complicações agudas, é essencial para melhorar a qualidade de vida e o prognóstico dos pacientes.
Citações
[2]https://www.msdmanuals.com/es/professional/hematología-y-oncología/anemias-causadas-por-hemólisis/drepanocitosis
[4]https://manualclinico.hospitaluvrocio.es/urgencias-de-pediatria/hematologia-urgencias-de-pediatria/drepanocitosis/
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