Amigdalite
- EmergenciasUNO
- 2 de jul.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A amigdalite é uma inflamação aguda das amígdalas palatinas, estruturas linfoides situadas na orofaringe. Esta condição afeta principalmente crianças e adolescentes, embora também possa ocorrer em adultos. A etiologia da amigdalite pode ser viral ou bacteriana, sendo o Streptococcus pyogenes (estreptococo beta-hemolítico do grupo A) o agente bacteriano mais frequente[1][3].
Sintomas
Os sintomas da amigdalite aguda são variados e podem incluir:
Dor intensa de garganta
Dificuldade ao engolir (odinofagia)
Febre que pode atingir 39–40 °C
Mal-estar geral
Cefaleia
Dor abdominal (especialmente em crianças)
Perda de apetite
Mau hálito (halitose)
Voz rouca ou abafada[1][3][5]
Em crianças pequenas, podem surgir sintomas adicionais, como:
Irritabilidade
Recusa alimentar
Salivação excessiva devido à dificuldade em engolir[3]
Sinais Clínicos
A avaliação física pode revelar:
Amígdalas eritematosas e edemaciadas
Presença de exsudado branco ou amarelado nas amígdalas
Adenopatias cervicais dolorosas (gânglios palpáveis)
Petéquias no palato mole
Eritema faríngeo difuso[1][2][3]
Avaliação
A avaliação clínica é essencial para o diagnóstico e deve incluir:
Inspeção da cavidade oral e orofaringe:
Avaliação do tamanho e aparência das amígdalas
Verificação de exsudados ou membranas
Observação da úvula e do palato mole
Palpação cervical:
Detecção de adenopatias
Avaliação do tamanho, consistência e sensibilidade
Exame otoscópico:
Para excluir complicações óticas
Avaliação geral:
Medição da temperatura
Avaliação do estado geral do paciente[2][4]
Exames Complementares
Embora o diagnóstico seja sobretudo clínico, podem realizar-se:
Teste rápido de antigénio estreptocócico:
Resultados em minutos
Elevada especificidade, sensibilidade variável
Cultura faríngea:
Padrão ouro para detetar S. pyogenes
Resultados entre 24–48 h
Hemograma completo:
Pode revelar leucocitose em infecções bacterianas
Teste de mononucleose:
Em casos suspeitos de infeção por vírus Epstein-Barr
Critérios de Centor:
Sistema de pontuação para estimar probabilidade de infeção estreptocócica[2][5][6]
Manejo de Emergência
A abordagem no serviço de urgências deve seguir:
Avaliação Inicial:
Triage e medição de sinais vitais
Excluir complicações graves, como abcesso periamigdaliano
Tratamento Sintomático:
Analgésicos e antipiréticos (paracetamol ou ibuprofeno)
Hidratação adequada
Decisão Terapêutica:
Baseada em suspeita clínica e testes rápidos
Antibiótico empírico em casos selecionados (penicilina ou amoxicilina são primeira escolha)
Educação do Paciente:
Instruções para cuidados em casa
Sinais de alerta para reconsulta
Seguimento:
Reavaliação em 48–72 h se não houver melhoria[4][6][7]
É crucial lembrar que a maioria dos casos de amigdalite é de origem viral e resolve-se espontaneamente. O uso criterioso de antibióticos, baseado em critérios clínicos e testes, é essencial para prevenir resistência antimicrobiana e complicações como febre reumática[1][6].
Citações
Comments