top of page

Amigdalite

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A amigdalite é uma inflamação aguda das amígdalas palatinas, estruturas linfoides situadas na orofaringe. Esta condição afeta principalmente crianças e adolescentes, embora também possa ocorrer em adultos. A etiologia da amigdalite pode ser viral ou bacteriana, sendo o Streptococcus pyogenes (estreptococo beta-hemolítico do grupo A) o agente bacteriano mais frequente[1][3].


Sintomas


Os sintomas da amigdalite aguda são variados e podem incluir:


  • Dor intensa de garganta


  • Dificuldade ao engolir (odinofagia)


  • Febre que pode atingir 39–40 °C


  • Mal-estar geral


  • Cefaleia


  • Dor abdominal (especialmente em crianças)


  • Perda de apetite


  • Mau hálito (halitose)


  • Voz rouca ou abafada[1][3][5]


Em crianças pequenas, podem surgir sintomas adicionais, como:


  • Irritabilidade


  • Recusa alimentar


  • Salivação excessiva devido à dificuldade em engolir[3]


Sinais Clínicos


A avaliação física pode revelar:


  • Amígdalas eritematosas e edemaciadas


  • Presença de exsudado branco ou amarelado nas amígdalas


  • Adenopatias cervicais dolorosas (gânglios palpáveis)


  • Petéquias no palato mole


  • Eritema faríngeo difuso[1][2][3]


Avaliação


A avaliação clínica é essencial para o diagnóstico e deve incluir:


  • Inspeção da cavidade oral e orofaringe:


    • Avaliação do tamanho e aparência das amígdalas


    • Verificação de exsudados ou membranas


    • Observação da úvula e do palato mole


  • Palpação cervical:


    • Detecção de adenopatias


    • Avaliação do tamanho, consistência e sensibilidade


  • Exame otoscópico:


    • Para excluir complicações óticas


  • Avaliação geral:


    • Medição da temperatura


    • Avaliação do estado geral do paciente[2][4]


Exames Complementares


Embora o diagnóstico seja sobretudo clínico, podem realizar-se:


  • Teste rápido de antigénio estreptocócico:


    • Resultados em minutos


    • Elevada especificidade, sensibilidade variável


  • Cultura faríngea:


    • Padrão ouro para detetar S. pyogenes


    • Resultados entre 24–48 h


  • Hemograma completo:


    • Pode revelar leucocitose em infecções bacterianas


  • Teste de mononucleose:


    • Em casos suspeitos de infeção por vírus Epstein-Barr


  • Critérios de Centor:


    • Sistema de pontuação para estimar probabilidade de infeção estreptocócica[2][5][6]


Manejo de Emergência


A abordagem no serviço de urgências deve seguir:


Avaliação Inicial:


  • Triage e medição de sinais vitais


  • Excluir complicações graves, como abcesso periamigdaliano


Tratamento Sintomático:


  • Analgésicos e antipiréticos (paracetamol ou ibuprofeno)


  • Hidratação adequada


Decisão Terapêutica:


  • Baseada em suspeita clínica e testes rápidos


  • Antibiótico empírico em casos selecionados (penicilina ou amoxicilina são primeira escolha)


Educação do Paciente:


  • Instruções para cuidados em casa


  • Sinais de alerta para reconsulta


Seguimento:


  • Reavaliação em 48–72 h se não houver melhoria[4][6][7]


É crucial lembrar que a maioria dos casos de amigdalite é de origem viral e resolve-se espontaneamente. O uso criterioso de antibióticos, baseado em critérios clínicos e testes, é essencial para prevenir resistência antimicrobiana e complicações como febre reumática[1][6].


Citações


 
 
 

Comments


bottom of page