Abcessos
- EmergenciasUNO
- 11 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
Os abcessos são acumulações localizadas de pus em espaços teciduais confinados, geralmente causadas por infeções bacterianas[3]. Este artigo académico aborda os aspetos essenciais dos abcessos, incluindo sintomas, sinais clínicos, exame físico, meios complementares de diagnóstico e abordagem em contexto de urgência.
Sintomas
Os sintomas dos abcessos podem variar consoante a sua localização, mas geralmente incluem:
Dor local, que pode ir de um desconforto ligeiro a dor intensa[1]
Sensibilidade na zona afetada[1]
Febre ou calafrios[4]
Mal-estar geral[1]
Anorexia e perda de peso em abcessos profundos[3]
Cansaço[3]
No caso específico dos abcessos periodontais, os doentes podem apresentar dor ao mastigar, sensibilidade dentária e mobilidade do dente afetado[1].
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos mais frequentes nos abcessos incluem:
Tumefação ou inflamação na zona afetada[1][3][4]
Eritema da pele circundante[3][4]
Calor local[3][4]
Endurecimento do tecido[4]
Presença de lesão cutânea: úlcera (aberta ou fechada) ou nódulo[4]
Supuração de líquido ou pus[1][4]
Nos abcessos periodontais, pode observar-se uma elevação ovóide da gengiva ao longo da face lateral da raiz dentária[1].
Exame Físico
Durante a avaliação clínica, o profissional de saúde deve realizar:
Inspeção visual da área afetada: avaliar sinais inflamatórios, alterações da cor da pele ou mucosa, e presença de fístulas[1]
Palpação: avaliar consistência, tamanho e dor do abcesso[1]
Em abcessos cervicais: procurar aumento de volume no pescoço, hiperemia, dor local, disfagia, odinofagia, disfonia e trismo[5]
Avaliação da mobilidade dentária e sensibilidade à percussão em casos periodontais[1]
Avaliação de linfadenopatia regional[1]
Meios Complementares de Diagnóstico
Para confirmar e avaliar a extensão de um abcesso, podem ser realizados:
Exames laboratoriais:
Hemograma: leucocitose é comum; leucopénia em imunodeprimidos ou sépticos[5]
Ureia e creatinina: para avaliar segurança do contraste em TC[5]
Tempo de coagulação[5]
Exames de imagem:
Radiografia: pode mostrar perda óssea em abcessos periodontais ou alterações em estruturas adjacentes[1]
Ecografia: útil e não invasiva para detetar abcessos em tecidos moles[3]
Tomografia Computorizada (TC): precisa e fundamental para planeamento cirúrgico[3][5]
Ressonância Magnética (RM): mais sensível que a TC em alguns contextos[3]
Cultura microbiológica: o líquido drenado do abcesso deve ser enviado para identificação do agente patogénico e teste de sensibilidade antibiótica[4].
Abordagem em Urgência
A abordagem aos abcessos no serviço de urgência inclui:
Avaliação inicial: determinar a gravidade e extensão do abcesso, além do estado geral do doente[2]
Tratamento da dor: analgesia conforme necessário[4]
Drenagem cirúrgica: tratamento definitivo da maioria dos abcessos[3][4]
Aplicar anestesia local[4]
Realizar incisão e drenagem[4]
Colocar penso ou compressa para facilitar cicatrização, se indicado[4]
Antibioterapia: iniciar antibióticos empíricos; considerar possibilidade de MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina)[4]
Imagem adicional: TC ou radiografia do tórax se suspeita de complicações como mediastinite[5]
Seguimento: fornecer instruções de cuidados locais e marcar reavaliação[4]
Hospitalização: considerar em casos de abcessos profundos ou complicados[3]
O tratamento adequado e atempado dos abcessos é essencial para prevenir complicações como disseminação da infeção ou sépsis. A colaboração multidisciplinar pode ser necessária, sobretudo em casos profundos ou complexos.
Citações
コメント