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Abcessos

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



Os abcessos são acumulações localizadas de pus em espaços teciduais confinados, geralmente causadas por infeções bacterianas[3]. Este artigo académico aborda os aspetos essenciais dos abcessos, incluindo sintomas, sinais clínicos, exame físico, meios complementares de diagnóstico e abordagem em contexto de urgência.


Sintomas


Os sintomas dos abcessos podem variar consoante a sua localização, mas geralmente incluem:


  • Dor local, que pode ir de um desconforto ligeiro a dor intensa[1]


  • Sensibilidade na zona afetada[1]


  • Febre ou calafrios[4]


  • Mal-estar geral[1]


  • Anorexia e perda de peso em abcessos profundos[3]


  • Cansaço[3]


No caso específico dos abcessos periodontais, os doentes podem apresentar dor ao mastigar, sensibilidade dentária e mobilidade do dente afetado[1].


Sinais Clínicos


Os sinais clínicos mais frequentes nos abcessos incluem:


  • Tumefação ou inflamação na zona afetada[1][3][4]


  • Eritema da pele circundante[3][4]


  • Calor local[3][4]


  • Endurecimento do tecido[4]


  • Presença de lesão cutânea: úlcera (aberta ou fechada) ou nódulo[4]


  • Supuração de líquido ou pus[1][4]


Nos abcessos periodontais, pode observar-se uma elevação ovóide da gengiva ao longo da face lateral da raiz dentária[1].


Exame Físico


Durante a avaliação clínica, o profissional de saúde deve realizar:


  • Inspeção visual da área afetada: avaliar sinais inflamatórios, alterações da cor da pele ou mucosa, e presença de fístulas[1]


  • Palpação: avaliar consistência, tamanho e dor do abcesso[1]


  • Em abcessos cervicais: procurar aumento de volume no pescoço, hiperemia, dor local, disfagia, odinofagia, disfonia e trismo[5]


  • Avaliação da mobilidade dentária e sensibilidade à percussão em casos periodontais[1]


  • Avaliação de linfadenopatia regional[1]


Meios Complementares de Diagnóstico


Para confirmar e avaliar a extensão de um abcesso, podem ser realizados:


Exames laboratoriais:


  • Hemograma: leucocitose é comum; leucopénia em imunodeprimidos ou sépticos[5]


  • Ureia e creatinina: para avaliar segurança do contraste em TC[5]


  • Tempo de coagulação[5]


Exames de imagem:


  • Radiografia: pode mostrar perda óssea em abcessos periodontais ou alterações em estruturas adjacentes[1]


  • Ecografia: útil e não invasiva para detetar abcessos em tecidos moles[3]


  • Tomografia Computorizada (TC): precisa e fundamental para planeamento cirúrgico[3][5]


  • Ressonância Magnética (RM): mais sensível que a TC em alguns contextos[3]


Cultura microbiológica: o líquido drenado do abcesso deve ser enviado para identificação do agente patogénico e teste de sensibilidade antibiótica[4].


Abordagem em Urgência


A abordagem aos abcessos no serviço de urgência inclui:


  • Avaliação inicial: determinar a gravidade e extensão do abcesso, além do estado geral do doente[2]


  • Tratamento da dor: analgesia conforme necessário[4]


  • Drenagem cirúrgica: tratamento definitivo da maioria dos abcessos[3][4]


    • Aplicar anestesia local[4]


    • Realizar incisão e drenagem[4]


    • Colocar penso ou compressa para facilitar cicatrização, se indicado[4]


  • Antibioterapia: iniciar antibióticos empíricos; considerar possibilidade de MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina)[4]


  • Imagem adicional: TC ou radiografia do tórax se suspeita de complicações como mediastinite[5]


  • Seguimento: fornecer instruções de cuidados locais e marcar reavaliação[4]


  • Hospitalização: considerar em casos de abcessos profundos ou complicados[3]


O tratamento adequado e atempado dos abcessos é essencial para prevenir complicações como disseminação da infeção ou sépsis. A colaboração multidisciplinar pode ser necessária, sobretudo em casos profundos ou complexos.

Citações

 
 
 

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